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Capital

Diretor de hospital admite que falha humana causou morte na Santa Casa

Alan Diógenes | 18/09/2014 19:46
Segundo a delegada, Kanamura afirmou que houve falha humana na programação da máquina de infusão do medicamento. (Foto: Marcelo Calazans)
Segundo a delegada, Kanamura afirmou que houve falha humana na programação da máquina de infusão do medicamento. (Foto: Marcelo Calazans)

A Polícia Civil informou que o diretor técnico da Santa Casa Luiz Alberto Kanamura afirmou em depoimento, na tarde desta quinta-feira (18), que houve falha humana na programação do aparelho que fez a infusão do medicamento em Adolfo Coelho de Souza, de 82 anos, que morreu após realizar tratamento de quimioterapia no hospital. Ao invés da vítima ter recebido a medicação em cinco dias, conforme o previsto, recebeu em 120 minutos.

De acordo com a responsável pelo caso, a delegada Ana Cláudia Medina, as investigações apontam para crime culposo, quando não há a intenção de matar. Ela também disse que Luiz Alberto falou que a família da vítima foi avisada pelo erro na infusão do medicamento 5 FU (Fluorouracil) e sobre a necessidade de uma medicação de apoio no tratamento, devido às complicações.

“Ele passou os nomes da médica responsável pela diretoria do hospital na sua ausência, que foi quem teve conhecimento do caso, da enfermeira responsável pelo setor de quimioterapia e da técnica de enfermagem que instalou a quimioterapia na vítima. Elas também serão ouvidas”, informou Ana Cláudia.

Além disso, a delegada vai ouvir as pessoas que estavam no momento em que a família não aceitou fazer o exame necroscópico na Santa Casa e sim no IMOL (Instituto Médico Odontológico Legal). Segundo a delegada o documento que permitiu a liberação do corpo foi assinado por Luiz Alberto.

Conforme Kanamura, a Santa Casa quer “resolver tudo de forma lícita”. “Fomos nós que orientamos a família a procurar a polícia para apurar tudo”, ressaltou. “Também abrimos sindicância e estamos aguardando o resultado do exame necroscópico para saber se houve falha na máquina”, completou.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a Vigilância Sanitária Estadual já foram acionadas pela delegada para contribuir com as investigações. Os órgãos podem dizer se houve falha humana ou se houve uma falha máquina que fez a infusão do medicamento na vítima.

A delegada ainda aguarda cópias da sindicância aberta pela Santa Casa para apurar o caso e o resultado do exame necroscópico para saber a real causa da morte de Alberto. O inquérito deve ser concluído em um prazo de 30 dias.

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