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Capital

Dois anos após pacificação, Pró-Morar volta a sofrer com a violência

Filipe Prado | 09/11/2013 08:14
Moradores dividem opiniões sobre a violência no bairro (Foto: Marcos Ermínio)
Moradores dividem opiniões sobre a violência no bairro (Foto: Marcos Ermínio)

Após a pacificação, o Bairro Pro-morar volta a ter fase violenta. Os moradores reclamam que a criminalidade retornou ao cenário do bairro, mas desta vez ainda mais elevada, com bandidos andando com armas em plena luz do dia e até “feirinha” de drogas em frente à escola.

Em agosto de 2011, cerca de 300 policiais militares adentraram ao Bairro Vila Nhá-Nhá e redondezas, para diminuir incidência de crimes na região. Dois anos depois, os moradores do Bairro Pro-morar, que também participou da pacificação, reclamam da volta da criminalidade. “A violência voltou e ainda pior”, comenta R.J, que, com medo, não quis se identificar.

Segundo os moradores, no bairro há até uma “feirinha” onde os traficantes vendem as drogas. “Eles se reúnem, ficam umas seis pessoas vendendo drogas, o dia todo. Os moradores conhecem aquele lugar como uma feirinha”, comenta um outro morador, identificado apenas como Pedro.

Ele comenta que já tentou sair do bairro, mas as casas perderam o valor imobiliário, por conta da violência na região. “Eu já tentei me mudar daqui, mas nossos imóveis ficam sem valor. Não posso deixar “de graça” pra outra pessoa”, frisa.

R.J. confirma que até em frente às escolas são vendido drogas, e os traficantes se vestem como alunos, para despistar a polícia. “Na frente da escola Padre Heitor Castoldi, ficam vários traficantes vendendo drogas o dia todo e com uniformes escolares, pois quando a polícia passar, ela pensa que eles são estudantes, então não desconfiam”, denuncia.

Muitos moradores sentem medo da violência, mas também estão acostumados com a situação no bairro. “Cerca de 70% dos moradores são coniventes com a situação, pois fazer parte de algum esquema ou alguém da família faz parte, então eles acabam tendo medo de falar algo”, explica Pedro.

Eles também comentam que ficam com medo por conta de outras situações que já aconteceram no bairro. “Um vizinho meu teve a casa toda apedrejada, ele passou por um grande sufoco. E teve uma vez que mataram dois em uma só noite aqui. Por isso temos medo”, relata Pedro.

Outro ponto de vista - Mas também há quem goste do bairro e não vê a violência um ponto grave na região. “Eu gosto de morar aqui, nunca nada acontece comigo e nem com a minha casa, pode ser que acontece em outro lugar, mas comigo nunca aconteceu”, comenta Diana Priscila, 30 anos.

Lurdes Ribas, há mais de 25 anos na região, também acha o bairro muito tranquilo. “Não acho um bairro violento, já vi algumas coisas aqui, mas nada que eu venha considerar este bairro violento”, relata.

Ela diz que acha um bairro normal, mesmo que tenham algumas pessoas que consumam drogas perto da casa dela. “Não vejo o que assusta tanto as pessoas neste bairro, em todos os lugares há pessoas consumindo drogas, até em frente de casa a pessoa vende. Toda vez que venho da igreja, lá pelas 22h, passo por essas pessoas, mas é só não incomodá-las”, explica Lurdes.

Polícia Militar – Segundo o major da Polícia Militar Juracy Pereira da Paz, o policiamento na região continua intensificado, principalmente, depois das denúncias de furtos de motos no Shopping Norte Sul Plaza. “As operação na região estão sendo feitas e intensificadas, e vejo que tem diminuído o número de ocorrências na região”, relata.

Ele explica que para acabar com a violência na região, a polícia precisa da ajuda da população, para saber quais pontos que precisam ser reforçados. “Nós pedimos que a população entrasse em contato com nossos comandantes, pois eles precisam saber quais pontos que devem ser reforçados, que precisam de melhorias no policiamento”, comenta o major Juracy.

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