Eliseu superou covid, AVC e 31 dias intubado, mas perdeu irmã para a doença
Apesar de todas as complicações, ele saiu vivo do hospital, mas agora tem de reaprender até a andar
Vivo depois de 31 dias intubado, após convulsão, AVC e pneumonia decorrentes da covid-19, o aposentado Elizeu Xavier, 61 anos, acredita que se livrou da morte para poder cumprir uma missão.
O técnico de enfermagem se aposentou há quatro anos e mesmo fora das unidades de saúde, pegou a doença. Ele superou a doença, mas a irmã mais nova não resistiu. Depois de 47 dias internado, Elizeu acredita que só não morreu “porque Deus não deixou”.
Durante a internação diz que até sentiu "o Criador" falando com ele enquanto estava desacordado, sustentando que ele não ia morrer porque ainda tem uma grande obra a cumprir nesta vida. Mas as sequelas ficaram e hoje tem de reaprender até a caminhar.
No caso de Eliseu, a tal missão seria junto aos índios de Mato Grosso do Sul. Já tem até planos, com roupas sobre ajudar em aldeias urbanas em Campo Grande.
“Eu fiz seminário e sempre tive um grande desejo de trabalhar com índios e cheguei a falar a respeito disso com meus pastores, mas eles não se interessaram. Mas agora, já estou planejando. Minha irmã conserta roupas e já decidimos que assim que eu melhorar vamos começar a visitar aldeias e levar essas roupas”, conta.
Elizeu ainda está na fisioterapia. De cadeira de rodas, ele não sai de casa, “mas a fisioterapeuta já está acelerando isso aí pra eu poder andar mais rápido”, enfatiza. Quanto ao desejo de atuar entre indígenas, ele explica que é por causa de sua mãe, que era descendente de paraguaios com índios.
Lição – Como a irmão morreu, ele acredita que também pode ser um porta-voz do alerta às pessoas quanto aos cuidados sobre a covid, que “não poupa ninguém”.
“Esses dias fui ao posto Universitário tomar soro e vi um rapaz sem máscara. Eu falei pra ele que Deus me tirou das trevas para a luz na covid e disse que ele não era um super homem, que não estava livre da covid só porque é jovem, porque essa doença pega em qualquer um e falei pra ele colocar a máscara”, ensina.
Ainda na recuperação, ele teme pegar a doença novamente e por isso, se precavê, evitando sair de casa e tomando os cuidados devidos. “Só tomei a primeira dose (da vacina) ainda, é preciso se prevenir”, reforça.