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Capital

''Eu não merecia isso", diz adolescente que sobreviveu a tiro na cabeça

Vítima ficou com sequela no rosto e faz acompanhamento psicológico até hoje

Kerolyn Araújo | 15/01/2019 16:19
Adalmir Lopes Torres durante julgamento nesta manhã (Foto: Mirian Machado)
Adalmir Lopes Torres durante julgamento nesta manhã (Foto: Mirian Machado)

''Eu não merecia isso. Nunca fiz mal para ninguém". Esse é o sentimento de uma adolescente de 17 anos, que teve a vida transformada após ser baleada na cabeça pelo peão Adalmir Lopes Torres, 24 anos. Quase um ano após a tentativa de homicídio, a vítima ainda vive com as sombras daquele 26 de janeiro de 2018.

O tiro, que atingiu a cabeça e deixou a vítima com a boca torta, causou muito além de uma sequela física na adolescente que na época tinha 16 anos. ''Minha boca ficou torta e eu morro de vergonha. Também tenho depressão, faço acompanhamento psicológico até hoje. Tenho medo dele ir atrás de mim", relatou.

Ao Campo Grande News, a adolescente lembrou que a ação que mudou completamente sua vida foi causada por ciúmes. Acompanhada de uma amiga, ela foi até a casa de um rapaz na rua Porto dos Gaúchos, na Vila São Jorge da Lagoa, onde tudo aconteceu.

No local, com outros amigos, eles ingeriram bebida alcoólica. Por ciúmes de um homem que também estava na residência, o peão atirou na cabeça vítima.

Durante julgamento nesta terça-feira (15), Adalmir disse ao juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida que ''ficava'' com a adolescente há cerca de um mês quando o crime aconteceu. A versão, porém, foi negada pela menor. ''Ele não era nada meu. Eu tinha dado um beijo nele duas semanas antes de tudo acontecer", contou.

Após ser baleada na cabeça, a vítima permaneceu internada na Santa Casa por 15 dias, sendo oito deles em coma no CTI (Centro de Terapia Intensiva). ''Fui lembrando aos poucos do que aconteceu. Tive medo de morrer", lembrou. ''O pior é saber que tem gente que ainda o defende", disse.

Julgamento - Na versão de Adalmir, ele ficou com ciúmes ao ver a adolescente abraçando um rapaz que estava na festa e, por isso, buscou uma arma que tinha há três anos para ''dar um susto'' na menina.

''Perguntei: Porque você está fazendo isso comigo? Ela me mandou ir embora e me deu um tapa na cara'', narrou o peão. Foi nesse momento que, segundo ele, disparou para cima. ''Vi ela caída e fugi. Nem vi que tinha atingido ela. Não foi intencional, não queria matar ela. Era apenas para dar um susto'', contou.

Adalmir é casado e, na época, a esposa que estava grávida e chegou a ligar para o Campo Grande News para defender o marido, desmentindo que ele tivesse um caso com o adolescente.

Condenação - Julgado nesta terça-feira, Adalmir foi condenado a 9 anos e 4 meses de reclusão em regime fechado pela tentativa de homicídio contra a adolescente. Pelo porte de arma, mais dois anos, totalizando uma pena de 11 anos e 4 meses.

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