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Capital

Falta de viaturas e combustível emperra PM e prejudica rondas na Capital

Michel Faustino e Luana Rodrigues | 03/11/2015 13:12
Apesar das limitações, ainda é possível encontrar viaturas em rondas pelo centro da cidade. (Foto: Fernando Antunes)
Apesar das limitações, ainda é possível encontrar viaturas em rondas pelo centro da cidade. (Foto: Fernando Antunes)
 Vendedor de móveis e eletrodomésticos Edson José de 42 anos, conta que, no centro é praticamente impossível encontrar uma viatura, ou um policial. (Foto: Fernando Antunes)
Vendedor de móveis e eletrodomésticos Edson José de 42 anos, conta que, no centro é praticamente impossível encontrar uma viatura, ou um policial. (Foto: Fernando Antunes)

A falta viaturas e até mesmo de combustível para manter os veículos da Polícia Militar rodando, tem prejudicado as vigilâncias ostensivas e preventivas. A redução nas rondas pelas ruas do Centro e dos bairros da Capital preocupa os moradores.

O vendedor de móveis e eletrodomésticos Edson José, 42 anos, conta que, no Centro é praticamente impossível encontrar uma viatura ou um policial. "Falta mesmo. A gente espera que agora no fim do ano melhore, mas no dia a dia não tenho visto não", disse. No bairro em que mora, no Jardim Bálsamo, não é diferente, segundo Edson. "Nunca vi para falar a verdade, só quando acontece algo mesmo, é bastante inseguro", disse.

De acordo com levantamento feito pela ACS (Associação dos Cabos e Soldados da PM e Corpo de Bombeiros), em Campo Grande, a PM conta com 58 viaturas e apenas 30, espalhadas pelos diversos batalhões, estão aptas a rodar.

Segundo o presidente da ACS, Edmar Soares da Silva, atualmente, para atender a demanda da região metropolitana da Capital seria necessário ao menos 80 viaturas funcionando de forma plena. Em todo o Estado, conforme levantamento da ACS, existe um déficit de 554 veículos para atender a polícia, sendo 329 automóveis e 225 motos.

“Com efetivo e condições de rodar. A gente lembra que não é simplesmente ter as viaturas, mas é necessário combustível, que muita das vezes não tem. Hoje a gente vive a seguinte realidade. Quando tem viatura, não tem combustível. Quanto tem combustível não tem viatura. E assim os policiais militares ficam impedidos de realizar os seus trabalhos”, frisou.

Edmar ressalta que a corporação há muito tem sido criticado, mas a população não entende que a falta de policiamento não é por má vontade. Ele complementa disse que hoje os policiais exercem suas funções praticamente como um sacerdócio, e convivem com a falta de estrutura operacional, que além de desguarnecer o cidadão, coloca a vida do militar em risco.

“E o pior de tudo é quem leva a má fama é a Policia Militar. Mas, enquanto não tiver condições favoráveis para que os policiais façam seu trabalho, a coisa não vai mudar”, disse.

A cabeleireira Catarina Bueno, 58, diz que vai ao centro toda segunda ou terça-feira e sempre encontra policiais. (Foto: Fernando Antunes)
A cabeleireira Catarina Bueno, 58, diz que vai ao centro toda segunda ou terça-feira e sempre encontra policiais. (Foto: Fernando Antunes)
O mototaxista Jonas Dutra de 50 anos disse que a falta de viaturas é um problema conhecido pela população. (Foto: Fernando Antunes)
O mototaxista Jonas Dutra de 50 anos disse que a falta de viaturas é um problema conhecido pela população. (Foto: Fernando Antunes)

Por fim, o presidente criticou algumas medidas do governo do Estado, principalmente quanto as prioridades elencadas. “A gente vê o governo investe muito em publicidade e em outras coisas e até agora a situação da segurança é a mesma. E se nada for feito a tendência é piorar. Uma das medidas, por exemplo, que a gente considera super importante é a locação de viaturas para a PM, mas que até agora também não andou”, disse.

Mas a cabeleireira Catarina Bueno, 58, diz que vai ao centro toda segunda ou terça-feira e sempre encontra policiais. "Eles ficam nas esquinas, dá mais segurança pra gente", afirma. Segundo Catarina, no bairro em que ela mora, o Joquei Clube, não é diferente. "Sempre vejo viaturas por lá, talvez porque eu moro perto do posto policial, mas eles sempre passam em frente a minha casa", conta.

Conforme o Portal da Transparência, de janeiro até setembro deste ano, foram investidos R$ 925 milhões na Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de MS. As maiores despesas são com previdência e pagamento de vencimentos e vantagens fixas de pessoal. A despesa com pessoal na PM chega a R$ 375 milhões e na Polícia Civil R$ 186 milhões.

"A gente sabe que falta viatura, falta combustível, enquanto isso os bandidos tomam conta, a sorte é que vivemos em uma cidade tranquila, um paraíso, mas segurança nunca é demais", considera o mototaxista Jonas Dutra de 50 anos.

O Campo Grande News entrou em contato com a Secretaria de Estado e Segurança Pública, e a assessoria informou que a manutenção das viaturas é de responsabilidade da PM, já o processo de locação está por conta da SAD(Secretaria de Administração).  

A assessoria da PM informou apenas que os dados sobre a quantidade de viaturas demonstrados pelo sindicato estão incorretos. Segundo a assessoria, dados da Diretoria de Gestão Patrimônio e Logística (DGPL) da polícia mostra que Campo Grande conta hoje com 152 viaturas (2 e 4 rodas) disponíveis, distribuído para todas unidades da capital e aplicável em todas atividade operacionais. 

Sobre a manutenção, a assessoria também informou que é de responsabilidade da SAD. A reportagem entrou em contato com a assessoria da secretaria de Administração, mas até o fechamento desta matéria não houve nenhum posicionamento.

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