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Capital

Família contesta polícia e diz que tiro em jovem foi a queima-roupa

Filipe Prado | 11/01/2014 09:23
Jocildo ficou internado na Santa Casa e diz ter levado tira a queima-roupa (Foto: Arquivo Pessoal)
Jocildo ficou internado na Santa Casa e diz ter levado tira a queima-roupa (Foto: Arquivo Pessoal)

A família do rapaz que levou um tiro no olho, no dia 31, no Bairro Nossa Senhora das Graças, saída para Rochedo, afirma que ele não é bandido e não agrediu a PM (Polícia Militar). Eles acusam os policias de atirarem a queima-roupa no eletricista Jocildo Meza Prado, 20 anos.

De acordo com a atendente e mãe do rapaz, Deonilce Beatriz Meza, 39, a família toda estava festejando o réveillon, quando perceberam os tiros. “Estávamos de costas para onde meu filho estava, quando um garoto chegou correndo e gritando, dizendo que os policiais haviam atirado nele”.

A mãe conta que ela viu o filho com a mão no olho e todo ensanguentado, então correu direto para ele. “Eu corri e perguntei onde estaria o irmão (Geovane Meza Prado, 19) dele, mas ele não me respondeu, estava em choque. Então vi o Geovane sentado na calçada, paralisado”, afirma.

Deonilce explica que os vizinhos e os sobrinhos relataram uma história diferente da PM. “Meu filho estava na casa dele, próximo a minha, quando passaram os policiais. Ele abaixou o volume do som do carro e continuo parado ali, encostado em seu carro. Foi quando um menino chegou e gritou feliz ano novo para os policiais, fazendo gestos com o dedo indicador”.

Foi quando aconteceram os tiros. Segundo a tia de Jocildo, Nancy Antonia Meza, 36, os policiais já desceram atirando, balas de borracha, no rapaz. “Tudo aconteceu em questão de minutos. Os policias pararam o carro, detiveram o menino que fez os gestos e começaram a atirar. Mas o tiro foi a queima-roupa, pois o policial chegou há uns três metros do meu sobrinho e atirou”, conta.

“Eu puxei o policial e mostrei o que ele tinha feito com o meu sobrinho, então eles, junto com o pai, colocaram Jocildo na viatura e o levaram para o pronto-socorro da Santa Casa”, conta Nancy. Mas no meio do caminho a policia encontrou o Corpo de Bombeiros e o rapaz foi levado por eles para o hospital.

Mas na Santa Casa, segundo a mãe, Geovane e seu o primo foram presos. “Eles ficaram irritados com a situação e derrubaram algumas coisas, mas a policia os prendeu dizendo que eles estariam destruindo o local”, comenta. Ela conta que os jovens foram presos e levados até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) centro. “Eles ficaram da 0h40 até as 5h sendo espancados pelos policiais”, garante.

A família de Jocildo afirma que os policiais agiram de forma errada. “Acho uma barbaridade, pois se tivesse um motivo, tudo bem, eu até entenderia, mas eles não estavam fazendo nada ali”, comenta a atendente. Geovane afirma que os PMs não atiraram no chão em momento algum. “Eles não atiraram nem para o alto e nem para o chão, nem pediram para ficarmos na parede. Eles atiraram a queima-roupa”.

O jovem está internado para no setor de oftalmologia da Santa Casa e seu estado é estável, mas segundo a mãe de Jocildo, ele perdeu completamente a visão do olho esquerdo. O rapaz obteve alta na quinta-feira (09).

Polícia Militar - De acordo com a chefe de comunicação social da PM (Polícia Militar), major Sandra Alt, a polícia foi até o bairro verificar uma tentativa de homicídio. Eles encontraram um homem, com um ferimento na barriga. Então testemunhas indicaram características e uma possível localização do autor do crime.

Duranta a ronda, a PM acabou chegando até a rua onde Jocildo mora e percebeu um aglomerado de pessoas no local. "Então um adolescente gritou para os policias, que desceram do veículo e decretaram voz de prisão". Ela conta que os moradores estavam exaltados, pois se juntaram e começaram a atirar pedras nos policiais.

"Um dos policiais deu um tiro, para baixo, para dispersar a multidão", explica a major. Sandra afirma que dois adolescentes foram colocados dentro do camburão, para serem levados até a delegacia, quando os moradores falaram que um rapaz havia sido baleado na cabeça.

A major explica que a PM colocou o jovem dentro do carro e o levou para o pronto-socorro. No meio do caminho, transferiram a vítima para o Corpo de Bombeiros.

Sandra ainda revelou que todos os envolvidos no caso teriam passagem pela polícia. "Todos tem várias passagem pela polícia, inclusive o que foi baleado, que tem uma passagem por furto", garante.

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