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Fila de bazar da Santa Casa começou ontem com esperança de celular barato

Hoje cedo, quando começaram as vendas, fila tinha cerca de 100 metros de extensão

Por Maristela Brunetto e Geniffer Valeriano | 15/10/2025 09:03

Fila de bazar da Santa Casa começou ontem com esperança de celular barato
Multidão foi à Santa Casa em busca de produtos baratos apreendidos; receita irá para compra de medicamentos (Fotos: Marcos Maluf)

RESUMO

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Centenas de pessoas formaram fila na Santa Casa para participar de bazar com produtos apreendidos pela Polícia Federal. O evento, que visa arrecadar recursos para a compra de medicamentos, oferece celulares, perfumes importados e eletrônicos a preços reduzidos. Os primeiros interessados chegaram na noite anterior à abertura. O bazar disponibilizou cerca de 4 mil itens, incluindo aparelhos Xiaomi entre R$ 700 e R$ 1,2 mil. A edição anterior arrecadou R$ 514 mil, valor destinado à compra de medicamentos. O hospital gasta mensalmente R$ 6 milhões com materiais e remédios, sendo R$ 170 mil apenas com analgésicos básicos.

A esperança de conseguir um celular barato, perfumes importados, relógios, eletrônicos e brinquedos levou uma multidão à Santa Casa, onde ocorre um bazar com produtos apreendidos pela PF (Polícia Federal) e repassados à instituição para arrecadar receita para a compra de medicamentos. Os primeiros interessados começaram a chegar ontem à noite. Houve limitação para a compra de celulares e perfumes, alguns de grifes famosas.

O bazar ocorre no armazém do hospital com acesso pela entrada principal onde as pessoas foram cadastradas. A medida foi necessária por conta da limitação na compra de celulares (cada pessoa podendo levar dois, mas cadastrando CPF de algum conhecido poderia levar mais dois) e perfumes (dois por comprador).

Carlos Maia, de 50 anos, foi o primeiro a chegar, por volta das 19h de ontem. Ele trabalha com painéis de LED e contou que foi com tanta antecedência porque já conhecia a proposta do bazar e quis buscar oportunidades, sem um produto específico em mente. No caso dos celulares, antes da venda ao público, o hospital abriu oportunidade aos funcionários, que acabaram ficando com quase todos os iPhones.

De 13 novos e 229 recondicionados, hoje cedo só restavam poucos e de segunda mão, a R$ 400 cada. Porém, havia a oportunidade de adquirir aparelhos da marca chinesa Xiaomi, o mais barato por R$ 700 e o mais caro por R$ 1,2 mil.

O bazar começou com cerca de 4 mil itens. A Receita Federal foi a responsável pela entrega. Havia ainda copos térmicos, roupas, cadeados, geradores de ozônio, itens de maquiagem e material de pesca. Notebooks, outro eletrônico bastante procurado, não tinha para à venda.

Lis Noelia também chegou cedo e era a sexta pessoa na fila. A esteticista contou que foi em busca de um Iphone para a filha, que precisava de um novo aparelho. As duas foram juntas e se revezaram na fila, levando até coberta e café.

Alessandra Sabino, de 51 anos, vendedora, contou que foi ao bazar hoje cedo. Quando a reportagem chegou, ela era a última pessoa da fila e se surpreendeu com a extensão. É a primeira vez que participa e tinha ciência de que poderia demorar, por isso veio preparada para passar longo tempo à espera.

“A gente tem que aguardar. É aniversário da minha filha; quero ver se encontro alguma coisa boa para ela.” A esperança era conseguir um iPhone, mas também destacou o papel filantrópico de participar comprando e ajudando o hospital.

Rosana Campos, também de 51 anos, professora, estava no meio da fila, após chegar logo cedo, em busca de presentes para os filhos e netos. “Eles me deixaram aqui de plantão, geralmente eles fazem isso.” Brincou que a família deu a ela a tarefa porque hoje estaria de folga, por ser Dia do Professor. Inclusive, tentaria achar algo para se presentear, pela data.

Como percebeu que os bazares formam filas muito grandes, se participar de novo, virá mais cedo. A professora conheceu Jaqueline Costa na fila. As duas ficaram juntas sob o guarda-sol de Rosana e disseram que a longa espera permitiu que fizessem amizade. A nova amiga contou que trouxe uma lista de produtos feita pelos filhos e netos. “Nem meu neto de 4 anos ficou de fora”, disse, pedindo um novo controle remoto para a TV. Mas o desejo dela era conseguir um novo celular ou um notebook para si.

Fila de bazar da Santa Casa começou ontem com esperança de celular barato
Rosana e Jaqueline ficaram amigas na fila e repartiram guarda-chuva; a primeira, professora, buscava algum presente pela data

Dinheiro carimbado - O diretor-administrativo da Santa Casa, Alessandro Junqueira, disse que é o segundo bazar deste ano, com o valor destinado exclusivamente à compra de medicamentos. Segundo ele, foi o combinado com a PF, responsável pelas apreensões, para receber as doações.

Na edição anterior, de dois meses atrás, a arrecadação foi de R$ 514 mil, com a mesma destinação. Segundo o diretor, o hospital destina cerca de R$ 6 milhões ao mês para despesas com materiais e medicamentos. Só dos mais básicos, como analgésicos, são cerca de R$ 170 mil por mês. Para esses medicamentos, a arrecadação do bazar já daria para suprir o mês e estocar.

Ele mencionou que o hospital enfrenta déficit mensal de R$ 18 milhões, o que força a diretoria a ter que escolher as despesas a priorizar. No caso dos medicamentos, explicou que a situação impede a formação de estoque, com compras fracionadas a cada semana, diante da quantidade de recursos disponíveis.

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