ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 19º

Capital

Greves podem terminar nesta semana com intervenção da Justiça e do MPE

Antonio Marques | 06/07/2015 10:32
Greve dos enfermeiros pode chegar ao fim nesta semana, com audiência de conciliação no TJ/MS nesta terça-feira à tarde. (Foto: Marcos Ermínio)
Greve dos enfermeiros pode chegar ao fim nesta semana, com audiência de conciliação no TJ/MS nesta terça-feira à tarde. (Foto: Marcos Ermínio)

As greves dos servidores municipais podem chegar ao fim nesta semana, com a possibilidade de audiências de conciliação no TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Com os enfermeiros já está agendada reunião no tribunal para a terça-feira e, segundo o representante da comissão de greve, Hederson Fritz, é grande a chance de a paralisação acabar. Os professores estão na expectativa de agendamento, com apoio do MPE (Ministério Público Estadual).

Em outra tentativa de encontrar uma saída para o impasse com a prefeitura municipal, a 27ª Promotoria de Justiça de Campo Grande vai promover hoje, 6, às 14h30, reunião entre a direção ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) e o secretário de Administração, Wilson do Prado. O promotor Sérgio Fernando Harfouche, da Infância e Juventude, que esteve na semana passada conversando com os professores, quer buscar o entendimento entre as partes para por fim a mais longa greve da categoria na Capital, que entra em no 43º dia.

De acordo com o advogado da ACP, Ronaldo Franco, se não houver acordo na reunião na Promotoria, é possível que o MPE reforce a solicitação para que seja agendada audiência no Tribunal de Justiça ainda nesta semana. “Não estamos discutindo reajuste, queremos que o prefeito cumpra a lei municipal 5.411, que ele elaborou no final do ano passado”, declarou.

Para Ronaldo Franco, o índice de 13,01% do reajuste anual do piso salarial nacional deveria ter sido repassado em janeiro aos professores, conforme determina a Lei Municipal 5.411/2014. “Como existe lei a lei municipal, a prefeitura não estaria infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal”, argumentou o advogado. Para ele, os professores ainda estariam sendo maleáveis, possibilitando o parcelamento do índice.

Segundo Franco, na contestação da ACP na ação declaratória de ilegalidade da greve que a prefeitura deu entrada no Tribunal de Justiça, aguardando julgamento, ele teria feito um pedido contraposto aos desembargadores, no meio jurídico conhecido como reconvenção, para que o Tribunal determine que o prefeito cumpra a lei 5.411, de iniciativa própria.

Na semana passada a ACP entrou com duas representações na PGJ (Procuradoria Geral de Justiça) contra o prefeito Gilmar Olarte (PP), por crime de responsabilidade e improbidade administrativa. Conforme Ronaldo Franco, as ações estão fundamentadas no Decreto Lei 201/1967, que dispõe sobre as responsabilidades do prefeito e vereadores.

Enfermeiros – Conforme o representante da comissão de greve dos enfermeiros, Hederson Fritz, a audiência de conciliação no Tribunal de Justiça deve por fim à greve da categoria, considerando que o objetivo deles é obter um compromisso formal do Executivo municipal sobre a possibilidade de voltar a negociar com os enfermeiros assim que a prefeitura tiver melhor condição financeira para atender as reivindicações.

“Entendemos que no momento a prefeitura não tem condições financeiras para oferecer reajuste, por isso queremos garantir que num futuro breve possamos voltar a negociar”, afirmou Fritz, lembrando que na última quinta-feira, 2, os enfermeiros tiveram uma reunião produtiva com o secretário de Administração, Wilson do Prado, que teria garantido voltar a conversar a partir de setembro com a categoria.

No sábado, Wilson do Prado, conversou com o Campo Grande News e disse acreditar que a greve dos enfermeiros deve chegar ao fim após a conciliação no Tribunal. Procurado hoje o secretário não atendeu as ligações. Sobre a paralisação dos professores, o secretário não demonstrou tanta certeza, mas espera também que o movimento termine nesta semana. A audiência com os enfermeiros está agendada para ocorrer nesta terça-feira, 7, às 14h30, na sede do TJ/MS, no Parque dos Poderes.

Os enfermeiros querem reposição da inflação e pagamento do piso salarial. Com o piso, a remuneração inicial do técnico de enfermagem passaria de R$ 1.100 para R$ 2.100. Já o salário inicial do enfermeiro aumentaria de R$ 2.100 para R$ 3.770. Fritz explica que seria uma construção para o orçamento para 2016 e escalonado em cinco anos.

Segundo Hederson Fritz, a greve da categoria atinge 100% do atendimento nas UBS (Unidades Básica de Saúde), porém o efetivo estaria atendendo normalmente as áreas vermelha e amarela nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Nas áreas azul e verde das UPAs 30% do efetivo estaria atendendo, bem como 70% dessas áreas nos CRS (Centro Regional de Saúde) estariam trabalhando normalmente.

Nos siga no Google Notícias