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Capital

Homem que encontrou bebê abandonado pensou que fosse animal

Paula Vitorino | 29/06/2012 15:31

Bebê foi abandonado em frente a casa no bairro Piratininga

Morador mostra onde encontrou bebê. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Morador mostra onde encontrou bebê. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Só com o rostinho de fora, bem agasalho, mas as mãos roxinhas, com os olhos abertos e tranqüilo. Foi assim que o administrador Araney Pereira Perrupato, de 39 anos, encontrou o bebê recém-nascido abandonado em frente ao portão de sua casa, no bairro Piratininga, na noite de ontem.

“Vi alguma coisa enrolada em um pano e imaginei que fosse um animal doente, mas nem passou pela minha cabeça que fosse uma criança”, diz.

O bebê, é uma menina de aproximadamente 7 dias, ainda com parte do cordão umbilical. Pele branca, olhos e cabelo (muito) pretos, com aproximadamente 40 centímetros e, aparentemente, “fortinha” e saudável.

Araney conta que chegou em casa por volta das 22h30 e ao entrar na garagem viu o “pano enrolado” em frente ao portão de pedestre. “Se estivesse de carro talvez nem tivesse visto, foi quase por acaso”, diz.

Ao ver os olhos arregalados de um bebê, a primeira reação do administrador foi chamar a esposa. “Falei pra ela vir me ajudar porque tinha uma criança na frente da nossa casa. Ela não entendeu nada, mas veio correndo”, diz.

A pequena menina estava enrolada em duas cobertas de bebê, com fralda e vestida com macacão. Calma, ela foi para o colo da moradora e recebeu abrigo dentro da casa.

“Ela tava bem vestida, mas já começando a sentir frio, com as mãozinhas roxas. Sempre acordada e calma. Em nenhum momento chorou, uma criança muito tranqüila”, afirma.

Logo em seguida a família entrou em contato com a Polícia por meio do 190, que acionou o Conselho Tutelar e o Juizado da Infância.

Enquanto esperava o “resgate”, a criança foi a estrela entre a família e amigos, sendo disputada pelos colos dos visitantes. “Se cobrasse ingresso de todo mundo que apareceu aqui”, brinca.

Com a autorização do juizado, o bebê foi amamentado com leite em pó.

Adoção - O morador conta que em meio a euforia e a revolta de encontrar um bebê na porta de casa, a primeira reação da família foi pensar em adotar a menina.

“A gente fica revoltado em ver uma criança abandonada desse jeito. A emoção fala mais alto na hora, mas depois começamos a pensar com a cabeça e pesar as responsabilidades”, diz.

O casal tem uma filha de 16 anos e há cerca de um ano perdeu um filho durante aborto espontâneo nos primeiros meses de gravidez. Na época, a família chegou a pensar na possibilidade de adotar uma criança, mas não deu entrada no processo.

Agora, a chegada de uma criança na frente da casa mexeu com a família, mas Araney ressalta que “a responsabilidade é dobrada” no caso de uma adoção.

“Depois que colocar dentro da minha casa, é filho, como outro qualquer. Mas acho que pra você ir adotar uma criança você tem que garantir que vai conseguir dar uma qualidade de vida, manter um padrão pelo menos igual dos outros filhos”, diz.

Depois de resgatado, o bebê foi levado para o SOS Abrigo, onde ficará até ser entregue para adoção ou outro medida judicial.

A família afirmou que irá entrar em contato com o Conselho Tutelar para ver qual a possibilidade de adoção dessa menina.

O caso é investigado pela Depca e a mãe deve responder por abandono de incapaz. A casa fica próxima ao Hospital Universitário e uma das suspeitas é de que a mãe seja usuária de drogas e tenha feito o parto no local.

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