ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 22º

Capital

Homem que matou em briga de trânsito alega legitima defesa em julgamento

Francisco Júnior | 13/05/2011 11:59

Promotor acredita que réu teve intenção de matar

Antônio disse que foi provocado pela vítima. (Foto: Francisco Júnior).
Antônio disse que foi provocado pela vítima. (Foto: Francisco Júnior).

Antônio Ricardo de Oliveira Ferreira, 21 anos, assassino confesso de Luiz Carlos de Oliveira Santos, de 29 anos, alegou legitima defesa em seu depoimento durante julgamento no tribunal do júri nesta sexta-feira.

O crime aconteceu na noite do dia 13 de dezembro de 2009, depois de uma briga de trânsito. A esposa da vítima quebrou o farol do carro do autor, um Voyage, ao estacionar o veículo dela, um Gol, na rua Abrão Anache. Na ocasião, Luiz afirmou que iria pagar o conserto do veículo.

Porém, hora depois Luiz Carlos foi morto por Antonio com três tiros em um bar.

No depoimento, o réu disse que foi ameaçado pela vítima, mesmo após eles terem acertado o pagamento do prejuízo provocado pela batida. “Ele voltou lá na casa do meu primo atrás de mim e disse que tinha um presentinho para mim”, afirmou. Diante da ameaça, Antônio foi até a sua casa e pegou uma arma, carregada com cinco balas.

Conforme Antônio, ele acabou encontrando com Luis Carlos no bar e novamente discutiram. Segundo ele, a vítima o teria xingado de “aleijado” e ido para cima dele. “Ele ficou me xingando. Disse que não iria pagar porra nenhuma e veio em cima de mim. Eu saí atirando sem ver”, ressaltou.

O promotor de justiça, Renzo Siufi, contestou a versão do réu de legitima defesa se baseando em depoimentos e provas contidas no processo. Para ele, Antônio “teve todas as chances possíveis e impossíveis de evitar o que ele fez”.

Conforme Siufi, Antônio foi até o bar para matar Luis Carlos, que não teve como se defender. “Ele foi lá para executar mesmo”, afirmou apresentando como prova, o fato do réu ter ido a sua casa pegar a arma e ido ao local do crime com um comparsa, que o estava esperando de moto fora do bar. “A moto estava ligada na esquina. Ele fugiu logo depois”, completou.

A acusação pede a condenação por homicídio doloso com duas qualificadoras: motivo fútil e por dificultar a defesa da vítima.

O defensor público, Fábio Rombi, que representa Antônio Ricardo, pretende fazer uma defesa técnica e exclui a tese de legitima defesa. “ Para ser legitima defesa, os requisitos da lei têm que ser cumpridos”, explicou.

O defensor afirmou que tentará convencer o júri a derrubar as duas qualificadoras.

O julgamento terá continuidade no período da tarde.

Nos siga no Google Notícias