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Capital

Homem que morreu soterrado trabalhava há dois dias em obra

Este é o terceiro caso de acidente de trabalho com morte nos últimos 60 dias em Campo Grande

Por Clara Farias e Gabi Cenciarelli | 11/11/2025 16:39
Homem que morreu soterrado trabalhava há dois dias em obra
Corpo de homem retirado de soterramento pelos bombeiros (Foto: Paulo Francis)

Daniel da Silva Martiniano, de 42 anos, que morreu soterrado na tarde desta terça-feira (11), estava há dois dias trabalhando na escavação manual de fossas. O caso aconteceu na área rural de Campo Grande, próximo ao Aeródromo Santa Maria. Este é o terceiro caso de acidente de trabalho com morte nos últimos dois meses em Campo Grande.

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Um trabalhador de 42 anos morreu soterrado durante escavação manual de fossas na área rural de Campo Grande, próximo ao Aeródromo Santa Maria. Daniel da Silva Martiniano estava há dois dias na obra quando o acidente ocorreu em um terreno arenoso, a cerca de quatro metros de profundidade. Este é o terceiro acidente de trabalho fatal em Campo Grande nos últimos dois meses. Segundo o médico-tenente do Corpo de Bombeiros, a vítima permaneceu consciente por alguns segundos antes de falecer por asfixia mecânica. Foi necessário o uso de escavadeira para a remoção do corpo devido a novos desmoronamentos durante o resgate.

Conforme apurado pela reportagem, o homem tinha anos de experiência na profissão. Um dos colegas que viu o acidente contou ao Campo Grande News que o homem já estava na etapa final da escavação. "Quando chegou a uns quatro metros, faltando três pinos para acabar, aconteceu essa tragédia", contou.

Ainda segundo o colega, o terreno em que Daniel estava era arenoso. "Eu falei para ele, perguntei se era confiável, e ele falou que não ia desbarrancar não", disse. Segundo o trabalhador, ele tinha 11 anos de idade quando conheceu Daniel e foi por ele que começou a trabalhar na obra.

O advogado da construtora, Ronaldo da Silva Oliveira, afirmou que o pedreiro estava trabalhando há dois dias na obra. "Ele era terceirizado e estava fazendo a perfuração de uma fossa. A princípio, já tinha feito uma e estava fazendo a segunda [...] A empresa já está fazendo o levantamento para dar suporte à família", disse ele.

Homem que morreu soterrado trabalhava há dois dias em obra
Médico-tenente do Corpo de Bombeiros, Dermival Caldeira, em entrevista (Foto: Paulo Francis)

O médico tenente do Corpo de Bombeiros, Dermival Caldeira, disse que as equipes foram acionadas por volta de 13h30 para a ocorrência de soterramento. "Na nossa chegada, encontramos uma cena de muita comoção de todos os colegas e trabalhadores aqui ao redor", detalhou. Esses trabalhadores tentavam retirar a terra que estava sobre Daniel.

À medida que as escavações avançavam, houve desmoronamento das bordas do barranco, o que impossibilitou a retirada do corpo da forma como estavam fazendo, com pás. Por conta disso, foi necessário solicitar uma escavadeira para criar uma área de acesso e chegar ao corpo do trabalhador.

Ainda segundo Dermival, pelo volume de terra caído sobre o corpo do trabalhador, ele passou alguns segundos consciente e morreu logo em seguida por asfixia mecânica, por não conseguir expandir os pulmões.

Homem que morreu soterrado trabalhava há dois dias em obra
Escavadeira utilizada durante as buscas (Foto: Paulo Francis)

Outros casos - No início do mês de outubro, o trabalhador identificado como Natan Conceição Padilha morreu após ser prensado por placas de madeira enquanto descarregava na loja Gazin. O caso aconteceu no Jardim Noroeste, em Campo Grande.

O homem manuseava cerca de dez placas, com aproximadamente 20 quilos, dentro de um caminhão-baú. O material se soltou e caiu sobre ele, atingindo a região do tórax. Comerciantes levaram Natan ao CRS (Centro Regional de Saúde) Tiradentes, mas ele chegou ao local sem vida.

Homem que morreu soterrado trabalhava há dois dias em obra
Caminhão atingiu carro e trabalhador. (Foto: Osmar Veiga/Arquivo)

Em 21 de outubro, José Alves Santana, de 62 anos, morreu depois de ser prensado pelo próprio caminhão na Rua Ana Luíza de Souza, no Bairro Pioneiros. A vítima era motorista do veículo e acabou com o tórax prensado entre o meio-fio e a roda. A investigação sobre a morte do trabalhador trabalha com duas hipóteses: ele pode ter tropeçado e caído à frente do caminhão ou tentado segurá-lo.

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