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Capital

Laudo extra muda velocidade de carro que matou professora de 125 para 90km/h

PM foi denunciado por homicídio culposo na direção de veículo, sob influência de álcool

Aline dos Santos | 26/04/2021 09:36
Clio conduzido por professora foi parar em uma árvore depois da colisão. (Foto: Direto das Ruas) 
Clio conduzido por professora foi parar em uma árvore depois da colisão. (Foto: Direto das Ruas)

Laudo particular sobre acidente de trânsito em que o policial militar Alexander Nantes Stein matou professora em Campo Grande calcula a velocidade do Gol, conduzido pelo PM, em 90 km/h (quilômetros por horas). Já a pericia oficial apontou velocidade bem maior: de 120 a 125 km/h.

A velocidade do Clio, conduzido pela professora Suellen Vilela Brasil, também diverge.  Na denúncia, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) assinala que o Clio estava em velocidade compatível com a via, onde o limite era 30km/h. Já o laudo particular, anexado pela defesa do policial, indica que o Clio estava a 55 km/h.

Gol conduzido pelo policial militar Alexander Nantes Stein. (Foto: Reprodução).
Gol conduzido pelo policial militar Alexander Nantes Stein. (Foto: Reprodução).

"Diante de tudo exposto, sobretudo dos subsídios de ordem  material resgatados através do laudo pericial expedido pela Perícia Oficial desta Capital, ora interpretado fisicamente, concluem os signatários desse estudo que os veículos VW/Gol e Renault/Clio, por ocasião da colisão entre eles, estavam animados, respectivamente, com velocidades ligeiramente inferiores a 90km/h (VW/Gol) e 55 km/h (Renault/Clio)", informa o laudo particular.

O parecer técnico sobre o acidente de trânsito é da PFA (Peritos Forenses Associados). Conforme o documento, a PFA é formada por um eclético e seleto grupo de especialistas, com vasta e sólida experiência em distintos ramos da ciências forenses.

Na denúncia, promotoria aponta reultado do laudo pericial oficial, onde Gol estava entre 120 e 125 km/h. (Foto: Reprodução)
Na denúncia, promotoria aponta reultado do laudo pericial oficial, onde Gol estava entre 120 e 125 km/h. (Foto: Reprodução)

O laudo particular  informa que os acidentes deixam vestígios, como marca de arrastamento, posições e intensidade das avarias geradas nos veículos e em outros obstáculos.

“Tais vestígios, quando em quantidade e qualidade suficientes, possibilitam a interpretação física do acidente de trânsito e consequentemente estimar a velocidade dos veículos envolvidos”.

O policial militar foi denunciado por  homicídio culposo na direção de veículo automotor, sob influência de álcool. A ação tramita na 3ª Vara Criminal de Campo Grande.

De acordo com o advogado Pedro Paulo Sperb Wanderley, o processo está em fase de alegações finais.   “O laudo foi feito para mostrarmos que a perícia oficial foi elaborada, de certa forma, com alguns equívocos. O laudo demonstra a verdade da velocidade. Num primeiro momento, a velocidade é incompatível com a via. Mas todos nós sabemos que é a velocidade que se anda normalmente naquele local”, afirma o advogado

Parecer anexado pela defesa de PM indica velocidade  inferior a 90km/h para Gol. (Foto: Reprodução)
Parecer anexado pela defesa de PM indica velocidade  inferior a 90km/h para Gol. (Foto: Reprodução)

Acidente fatal – A professora Suellen Vilela Brasil morreu após colisão na noite de 30 de maio de 2020, na Avenida Gury Marques, na Vila Cidade Morena, em Campo Grande.

A vítima dirigia um Renault Clio Sedan prata quando teve a traseira do veículo atingido pelo VW Gol prata, conduzido por Alexander.

Por causa da colisão, o Clio bateu na guia do canteiro lateral direito da pista e na sequência contra uma árvore. O carro ficou destruído e Suellen morreu no local. Já o Gol atravessou o canteiro central e parou no sentido contrário da via.

Alexander está em liberdade após pagar fiança de R$ 10,4 mil, mas monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele  comandava o  4º Pelotão de Ribas do Rio Pardo,  a 103 km de Campo Grande, mas depois do acidente fatal foi transferido para atividade administrativa na corporação.

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