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Capital

Menino salva irmã, mas tem 60% do corpo queimado ao brincar com álcool

Nadyenka Castro e Paula Maciulevicius | 25/04/2011 19:07

Irmão mais velho evitou situação mais grave

Sara mostra as queimaduras na perna esquerda.(Foto: João Garrigó)
Sara mostra as queimaduras na perna esquerda.(Foto: João Garrigó)

Thiago Jean Phillipe Teixeira de Souza, oito anos, está internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) da Santa Casa de Campo Grande com 60% do corpo queimado.

Ele está no hospital desde o dia 31 de março quando se queimou ao salvar a irmã de dois anos, Sara, quando brincavam com álcool e fósforo na calçada de casa, no bairro Coophamat.

O estado das duas crianças só não é mais grave porque o irmão mais velho delas, Matheus Jean Teixeira de Souza, 11 anos, viu a situação, teve calma e pediu socorro.

A avó das crianças, Luzia de Souza Teixeira, 76 anos, conta que Thiago pegou o álcool que estava escondido em cima do guarda-roupa e jogou na calçada. Ele fez uma espécie de trieiro com o líquido e acendeu um fósforo.

O resultado da brincadeira foi chamas, as quais “correram” pelo caminho com álcool, derrubaram a garrafa e iriam atingir Sara. No entanto, Thiago entrou na frente da irmã e o fogo o consumiu.

Ao ver o irmão praticamente em chamas, Matheus que segurava uma garrafa de água mineral, jogou o líquido no irmão e o levou para o tanque. Ele ajudou Thiago a subir e, com um pote, jogava água no menino.

No momento do acidente, as crianças estavam com a secretária da casa. A mãe tinha ido ao médico e o pai, o professor Jerson de Souza. 41 anos, estava em Brasília.

Matheus diz que a secretária entrou em pânico e não conseguia ter atitude nenhuma. Vizinhos viram a situação e ele pediu que chamassem o Corpo de Bombeiros, que levaram o garoto e a irmã para a Santa Casa.

Sara foi para o quarto, onde Matheus a encontrou rolando no chão. “Ela gritava ai meu pezinho, ai meu pezinho”.

Danado- Vizinha da família, Josina de Almeida Lima, 49 anos, conta que Thiago é muito levado. Foi ela quem acompanhou as duas crianças na ambulância dos bombeiros.

Segundo ela, por causa disso, os pais têm cuidados redobrados com objetos e produtos perigosos dentro de casa. A avó conta ainda que os pais de Thiago brigavam com o menino com frequência e o colocava de castigo por conta das brincadeiras com o produto.

A avó deles declara que a mãe tinha comprado o álcool um dia antes para utilizar na limpeza de casa. Como sabe que o filho é danado e gosta de brincar com fogo, escondeu o produto em cima do guarda-roupa.

Mesmo assim o menino viu, conseguiu pegar e causou o que o pai definiu como “fatalidade”. “Foi uma fatalidade que acontece”, disse Jerson.

Ele explica que a família tem todos os devidos cuidados com tudo que possa oferecer risco aos filhos e por isso o que aconteceu foi uma fatalidade.

Estado de saúde - Jerson diz que Thiago está se recuperando das queimaduras de segundo e terceiro grau e faz limpeza constantemente nas feridas.

A avó fala que o rosto do neto “ficou irreconhecível”. As chamas também atingiram braços, pernas e as costas.

Ele foi levado para UTI nesta segunda-feira e precisa com urgência de sangue tipo B+. Doações podem ser feitas no banco de sangue da Santa Casa nominal a Thiago.

Sara teve queimaduras na perna esquerda e está bem.

Procedimento- O médico pediatra Antônio Graciliano Arguello Filho explica que o procedimento adotado por Matheus com o irmão é o mais indicado. “Lavar com água fria de preferência”, diz.

De acordo com ele, a água fria ajuda a diminuir a dor. Analgésicos também são indiciados até que haja atendimento médico.

Antônio Graciliano lembra ainda que é fundamental deixar fora do alcance das crianças qualquer objeto e/ou produto que ofereça risco. "De preferência trancar em algum lugar".

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