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Capital

Ministério Público denuncia anestesista por abandonar paciente em sala cirúrgica

Diante da gravidade do ato, o MP não ofereceu proposta de acordo ao médico

Por Lucia Morel | 29/12/2025 14:26
Ministério Público denuncia anestesista por abandonar paciente em sala cirúrgica
Dabiana e Beto ao lado do filho, que recebe tratamento em casa. (Foto: Osmar Veiga/Arquivo)

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio da 62ª Promotoria de Justiça, denunciou o médico anestesista Antônio Rodrigues de Pontes Neto por abandonar um paciente em sala de cirurgia. A presença do profissional durante todo o procedimento é obrigatória. Após o caso, ocorrido em 2022, Roberto de Avelar Júnior, de 34 anos, filho do vereador Beto Avelar (PP), ficou em estado neurovegetativo.

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou o médico anestesista Antônio Rodrigues de Pontes Neto por abandonar um paciente durante cirurgia em 2022. O caso resultou no estado neurovegetativo de Roberto de Avelar Júnior, de 34 anos, filho do vereador Beto Avelar. O Conselho Regional de Medicina suspendeu as atividades do médico por 30 dias. O paciente, que realizaria uma cirurgia simples para retirada de um pino no braço, sofreu parada cardíaca e permaneceu 90 dias internado no Centro de Terapia Intensiva. A família precisou recorrer à Justiça para garantir internação domiciliar.

Diante da gravidade do ato, o MP não ofereceu proposta de acordo ao médico. A conduta também resultou na suspensão das atividades médicas de Pontes Neto por 30 dias, conforme decisão do CRM/MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul), proferida em outubro. Segundo a denúncia, o anestesista deixou o local da cirurgia “sem assegurar a adequada assistência ao paciente, situação essa que indica que o acordo neste caso mostra-se insuficiente para a necessária reprovação do crime”.

Para o CRM, que determinou a suspensão, um dos artigos do CEM (Código de Ética Médica) violados por Pontes Neto é o que trata da desobediência às resoluções do Conselho Federal de Medicina.

“Para conduzir as anestesias gerais ou regionais com segurança, o médico anestesista deve permanecer dentro da sala de procedimento, mantendo vigilância permanente, assistindo o paciente até o término do seu ato anestésico. (...) A desculpa de ter ido buscar ficha anestésica não é plausível, uma vez que isso poderia ter sido feito por qualquer outra pessoa”, aponta o Conselho.

Caso – O episódio ocorreu em 25 de fevereiro de 2022, sexta-feira de Carnaval. Na ocasião, Roberto de Avelar Júnior entrou andando no hospital para realizar uma cirurgia considerada simples, de retirada de um pino no braço, mas acabou permanecendo 90 dias internado no CTI (Centro de Terapia Intensiva). A família relata que ele sofreu parada cardíaca, bradicardia (desaceleração do coração) e falta de oxigenação, além de ter sido submetido a procedimentos de extubação realizados de forma inadequada.

Os pais, Beto Avelar e Dabiana Barcelos, tiveram de lutar judicialmente para garantir internação domiciliar e cuidados adequados. "Meu filho entrou andando e saiu neurovegetativo do hospital. São erros gritantes. Quando ficamos sabendo da parada cardiorrespiratória, nós tomamos todas as providências. Solicitamos a sindicância do hospital, fizemos o boletim de ocorrência”, relata o pai.

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