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Capital

Morador do antigo albergue descumpre ordem e se recusa a sair de prédio

Ricardo Campos Jr. | 14/03/2011 14:35

Homem diz que se muda somente com direitos trabalhistas em mãos

Jelso vive e cuida do prédio há 11 anos e foi contratado pela entidade que mantinha o albergue. (Foto: João Garrigó)
Jelso vive e cuida do prédio há 11 anos e foi contratado pela entidade que mantinha o albergue. (Foto: João Garrigó)

Morador e zelador há 11 anos do prédio onde antigamente funcionava o albergue noturno de Campo Grande, Joelso Corrêa da Silva, 58 anos, foi intimado a deixar o local juntamente com a família. Embora afirme não se importar em fazer a mudança, alega que não vai sair do imóvel enquanto não receber os direitos trabalhistas por ter sido funcionário do lugar.

Joelso conta que foi contratado como auxiliar de serviços gerais e cuidava sozinho no albergue, que era mantido pela Associação das Abnegadas de Mato Grosso do Sul. Entretanto, durante esse tempo diz não ter recebido corretamente o salário combinado. “Nunca me pagaram em dia. Foi assim toda a vida”.

Atualmente mora junto com Joelso a esposa de 55 anos, que trabalha como doméstica, e as 3 filhas do casal de 11, 14 e 15 anos, segundo ele nascidas e criadas no prédio antigo. A residência é improvisada. Na antiga cozinha do albergue, os utensílios da família dividem espaço com o que sobrou da época em que o local recebia viajantes. “Eu não vendo o que não é meu, então está aí”, diz o trabalhador.

Joelso moveu processo trabalhista contra a Associação das Abnegadas. No dia 4 de agosto de 2009 houve audiência sobre o caso e a entidade sequer mandou representantes. O funcionário mostra documentos que comprovam a condenação da instituição a pagar mais de R$ 133 mil.

Agora a prefeitura de Campo Grande obteve na Justiça a determinação para que o prédio seja desocupado. Joelso conta que no início do ano foi dado prazo de 72 horas para que ele e a família saíssem do local. Tempos depois, segundo ele, foi procurado por agentes da Emha (Empresa Municipal de Habitação) que lhe ofereceram uma casa popular.

O funcionário do antigo albergue, entretanto, afirma que não sairá do local sem a “indenização” e afirma que não deseja passar o resto da vida no prédio praticamente abandonado.

“Eu não quero isso aí nem de graça. Eu só quero meu dinheirinho. O que eu sofri na mira de revólver, na mão de bandido aqui. Eu estou louco para sair daqui”, afirma Joelso.

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