MPE e voluntários fazem serviço social para ajudar moradores de rua

Ação social encabeçada pelo MPE (Ministério Público Estadual) reuniu 80 voluntários para ajudar moradores de rua em um terreno baldio na Vila Progresso. A área é alvo constante de reclamações dos moradores e pelo menos seis procedimentos já foram abertos na Promotoria de Direitos Humanos denunciando o problema.
Localizada na rua Oclécio Barbosa Martins, pelo menos 150 pessoas se aglomeram no local. Alguns sequer têm condições para construir barracos e dormem em lençóis espalhados pelo chão. Vizinhos afirmam que há consumo descontrolado de drogas e álcool. Os entorpecentes freqüentemente motivam confusões e brigas entre os andarilhos.
Foram distribuídos lanches e agasalhos. Também houve cortes de cabelo gratuitos, emissão de documentos, exames médicos, testes para HIV e outras doenças e cadastro para aqueles que desejam ser atendidos pelos CAPS (Centros de Apoio Psico-Sociais).
Além do MPE, também participaram Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande), Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul), Rotary Clube, PM (Polícia Militar), Conselhos Municipais de Segurança e outros voluntários.
“Quem deve tomar as ações a médio e longo prazo é a prefeitura. Estamos fazendo apenas uma ação social”, pontua a promotora Jaceguara Passos, organizadora do mutirão. Segundo ela, há intenção de que seja repetido o atendimento a cada três meses.
O conselheiro de segurança da área central Adelaido Luiz Vila ressalta que não basta ações repreensivas. “Só contenção não adianta”, explica.
A cabeleireira Vera Fernandes, 50 anos, mora na região desde criança. “Há mais ou menos uns cinco anos eles [moradores de rua] estão aí. Quando a polícia vem, eles vão embora, mas voltam depois”, relata.
Apesar de provocarem uma sensação de insegurança, segundo ela, os transeuntes não têm invadido as residências dos vizinhos. “Legal essa ação social, mas nós queríamos uma coisa mais efetiva. Levá-los para tratamento. Não queremos violência contra eles, queremos que eles sejam tratados”, pontua.
O presidente do bairro, Valtemir Leal PFL, 62 anos, afirma que a situação poderia melhorar se houvesse melhoria na iluminação pública e limpeza de alguns ferros-velhos abandonados que têm sido usados como pontos de venda de droga. “Se limpar tudo isso, já inibe”, opina.