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Capital

Na 2ª Paixão de Cristo da pandemia, fieis adaptam tradição ao "novo normal"

Comunidade católica nas Moreninhas se reuniu nesta tarde para encenação sileciosa da morte de Cristo

Ana Paula Chuva | 02/04/2021 17:47
Bancos foram marcados para respeitar distanciamento. (Foto: Marcos Maluf)
Bancos foram marcados para respeitar distanciamento. (Foto: Marcos Maluf)

Após um 2020 com a celebração da Paixão de Cristo apenas online, fieis se reuniram nesta sexta-feira (2) - Sexta-feira Santa - para reverenciar a data, uma das mais representativas do calendário cristão. Para quem pode ir à igreja, mesmo com as restrições, o momento representou esperança para dias melhores diante da pandemia de covid-19.

Na comunidade São Pedro/São Paulo, no Bairro das Moreninhas,  que tradicionalmente faz a encenação da "Paixão de Cristo" pelas ruas, neste ano decidiu por uma programação diferente, mas sem a saída às ruas dos atores. A celebração começou às 15h com a leitura do texto de Isaías. No local, aproximadamente  200 pessoas se reuniram para o dia de penitência, jejum e oração.

Conforme explicou o Padre Jucelândio José do Nascimento, que há dois meses está a frente da comunidade, poder celebrar presencialmente esse momento, mesmo em meio à adversidade e de forma silenciosa. é momento importante para a fé católica.

"Esse ano não teremos as falas e nem interações, apenas cenas congeladas com o devido espaçamento. Mas de certa maneira é um momento de contribuirmos no sentido da força dizendo que nós temos meios de vencer essa pandemia que assola a humanidade sem ficar amedrontados", disso o pároco.

Padre Jucelândio assumiu comunidade nas Moreninhas há dois meses. (Foto: Marcos Maluf)
Padre Jucelândio assumiu comunidade nas Moreninhas há dois meses. (Foto: Marcos Maluf)

Para o representante da comunidade, após um ano de celebração à distância e apesar das restrições deste ano, estarem reunidos na igreja é um momento de renovo de esperança e de fé para quem acabou se desanimando com a pandemia.

"Mesmo com as restrições e sem o contato, porque nós sabemos que o toque para o ser humano é necessário. Esse momento mostra que estamos vencendo e que vamos vencer esse momento que nos assola. É uma esperança", completou o Padre.

Este ano, o momento começou com uma celebração dos fieis dentro do templo e em seguida, a encenação da Paixão de Cristo com cenas "congeladas". Os atores entram no momento das passagens, mas não fazem interação nenhuma e nem falam.

Uma carreata com quem participou da celebração será feita pelas principais ruas do bairro finalizando na Paróquia Nossa Senhora das Moreninhas.

Cadeiras foram colocadas do lado de fora para evitar aglomeração. (Foto: Marcos Maluf)
Cadeiras foram colocadas do lado de fora para evitar aglomeração. (Foto: Marcos Maluf)

Pela quarta vez representando Jesus, Juliano OLiveira dos Santos, 30 anos, acredita que fazer o papel neste ano é mais especial, já que o país vive um momento de muita dificuldade e até desânimo para muitos.

"É realmente especial, de muito compromisso. Nos preparamos para isso. Estou há 15 anos envolvido na encenação e poder representar Jesus nesse momento é especial de renovo de esperança e fé", afirmou o garçom.

Envolvida na encenação há 11 anos e coordenadora dos jovens da comunidade, Lucélia Paredes de Alvarenga Pereira, 32 anos, o momento é de renovar o ânimo da juventude e evangelizar aqueles que precisam de esperança neste momento. Ao todo 30 pessoas fazem parte do teatro, entre atores e coordenação.

Mãos de fieis sendo higienizadas antes de entrar na igreja. (Foto: Marcos Maluf)
Mãos de fieis sendo higienizadas antes de entrar na igreja. (Foto: Marcos Maluf)

"O ano passado nós ficamos muito tristes. Foi como se algo faltasse. Um dos momentos mais difíceis para nós da igreja. Essa encenação, por mais que seja restrito, já é melhor do que não ter. É nossa missão e paixão, é um momento de evangelizar e alcançar pessoas que precisam", explicou.

Acompanhando a igreja desde quando foi fundada em 1988, o coordenador paroquial da pastoral, Fábio Moreli, 42 anos, o momento é de alivio e de esperança para um 2022 de vacina para todos.

"É uma esperança muito grande. Esse é um dos momentos mais importantes para nós católicos. Hoje celebramos a morte, mas Jesus venceu a morte. Tivemos um ano muito difícil, sem o contato, então este ano mesmo com as restrições poder celebrar mostra que estamos vencendo e com a graça de Deus no próximo anos estaremos todos vacinados e reunidos", disse.

Sentimento também de Aparecido Silva de Oliveira, que aos 62 anos, sente a esperança de dias melhores com a volta da celebração presencial. "Dá uma alegria no coração. Reduzimos a nossa capacidade do que queríamos, porque temos bastante fieis. Mas já dá uma esperança de que as coisas estão melhorando", finalizou Aparecido.

Sem poder fazer igual anos anteriores, com a via sacra nas ruas, fieis preparam tudo do lado de fora de paróquia. (Foto: Marcos Maluf)
Sem poder fazer igual anos anteriores, com a via sacra nas ruas, fieis preparam tudo do lado de fora de paróquia. (Foto: Marcos Maluf)


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