“Na dúvida”, família é autorizada a acompanhar sepultamento de Djanira
Cemitério liberou a participação dos familiares no enterro, mesmo sem ter um documento comprovando que a vítima não tinha covid-19
Mesmo ainda cercada de dúvidas sobre o motivo da morte de Djanira Miranda de Souza, de 77 anos, a família da idosa foi autorizada a acompanhar o sepultamento, no inicio da tarde desta sexta-feira (07), no Santo Amaro, em Campo Grande.
Ao chegar ao cemitério, por volta das 13h30, o grupo de 12 pessoas foi inicialmente, barrado. Como o atestado de óbito da idosa atestava suspeita de covid-19, a administração informou que teria de seguir todos os protocolos da doença.
Apesar de muita insistência dos familiares e amigos, apenas duas filhas foram autorizadas a entrar e acompanhar o sepultamento. Os familiares então decidiram fazer uma oração do lado de fora do cemitério e tiveram mais uma “surpresa”.
Passados apenas 5 minutos, desde o início das orações, o veículo da funerária com o corpo, chegou ao local, por volta das 14h.

À família e à administração do cemitério, os funcionários da funerária comunicaram que haviam sido informados que havia ocorrido um “erro” no posto de saúde, e que Djanira não estava com covid-19.
Mesmo sem apresentarem nenhum tipo de documento, confirmando que a idosa não estava mesmo com a doença, a família foi autorizada a acompanhar o enterro.
O material para o teste não foi coletado no posto de saúde e servidores da prefeitura tiveram de fazer a coleta enquanto o corpo da idosa já estava na funerária, um procedimento atípico em casos suspeitos de covid-19. O resultado só deve sair na próxima segunda-feira (10).
O caso – A família de Djanira garante que a causa da morte da idosa não foi a doença. A paciente teve febre na quarta-feira, mas ontem estava melhor. Contudo, a partir das 21h30 teve dificuldade para respirar e foi levada à UPA. Em 20 minutos, o quadro se agravou e Djanira nem conseguiu mais falar palavras completas.
Após ó óbito, a família pediu que fosse feito o teste com swab, mas o exame foi negado sob alegação de que após o falecimento o caso se torna da Medicina Legal. Apesar de dois testes rápidos negativos, feitos entre a semana passada e ontem a noite o médico que atendeu a vítima apontou a doença como uma das possíveis causas da morte.
Veja no vídeo o momento em que a família e amigos foram autorizados a entrar para o sepultamento: