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Capital

Família questiona covid em idosa que não fez teste “ouro” nem viva e nem morta

Em 20 minutos, o quadro se agravou e Djanira nem conseguiu mais falar palavras completas

Aline dos Santos | 07/08/2020 08:58
Djanira Miranda de Souza, 77 anos, morreu na madrugada desta sexta-feira. (Foto: Arquivo Pessoal)
Djanira Miranda de Souza, 77 anos, morreu na madrugada desta sexta-feira. (Foto: Arquivo Pessoal)

A sexta-feira é dia de luto, revolta e indignação para a família de Djanira Miranda de Souza, 77 anos. A paciente morreu durante a madrugada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vila Almeida, em Campo Grande, e o atestado de óbito traz suspeita de covid-19, apesar de dois testes rápidos negativos. Porém, nem viva nem morta, a idosa teve acesso ao exame swab, que é o “padrão ouro” para diagnosticar o novo coronavírus.

O primeiro teste rápido foi feito na semana passada e outro já na UPA, para onde a paciente foi levada na noite de ontem, após passar mal. “O doutor Helton insiste em manter suspeita de covid-19 o que deixa a família indignada”, afirma o jornalista Ademar Cardoso de Andrade, genro da paciente.

Ele também questiona por que a Djanira não teve acesso ao teste swab, que coleta secreções com cotonete. “Ela foi sempre saudável, enfermeira por quase 20 anos. Nunca teve problema de saúde. Foi ao posto do Jardim Leblon na semana passada, mandaram esperar sete dias e tomar antibiótico. Olha o que acontece quando manda esperar sete dias. Por que não faz esse exame quando a pessoa chega ao posto de Saúde?  É impressionante a estratégia que o poder público está usando” , diz Ademar.

A paciente teve febre na quarta-feira, mas ontem estava melhor, inclusive fez o jantar. Contudo,  a partir das 21h30 teve dificuldade para respirar e foi levada à UPA. Em 20 minutos, o quadro se agravou e Djanira nem conseguiu mais falar palavras completas.

Após ó óbito, a família pediu que fosse feito o teste com swab, mas o exame foi negado sob alegação de que após o falecimento o caso se torna da Medicina Legal.

“Vou entrar na Justiça para exumar o corpo e ver se ela morreu com covid ou não. Não vamos ficar na incerteza. Pedimos o exame, mas o poder público faz questão de falar não”, afirma Ademar.

A família também reclama que em todas as vezes que tentou falar com o médico Helton era informada de que o profissional estava no horário de descanso.

Agora, enlutada, a família ficará em isolamento domiciliar e tentará fazer exame para diagnóstico da doença.

Após a publicação da matéria, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que houve análise clínica realizada pelo profissional que atestou suspeita de covid-19 e autorizou a liberação para a funerária.

“No entanto, posteriormente foi feita a coleta do SWAB pela equipe da Unidade de Resposta Rápida (URR) da Vigilância Epidemiológica da Sesau e o material encontra-se análise laboratorial. Por estar na fase inicial dos sintomas o teste rápido pode apresentar resultado negativo”, diz nota da secretaria encaminhada ao Campo Grande News. (Matéria editada às 10h02 para acréscimo de informação).

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