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Capital

“Não achei que ia sobrar pra mim”, diz motorista agredido por 3 homens

Fagner trabalha como motorista de aplicativo e para se defender, usou faca que estava na porta do carro

Viviane Oliveira | 12/07/2022 12:13
Motorista machucado enquanto aguardava a ambulância (Foto: Direto das Ruas) 
Motorista machucado enquanto aguardava a ambulância (Foto: Direto das Ruas)

O motorista de aplicativo Fagner Duarte, de 35 anos, que foi agredido por três homens, um deles ex-marido de uma passageira, passou por momentos de terror na madrugada do último domingo (10), ao atender corrida no Bairro Bosque Santa Mônica, em Campo Grande. “Achei que ia morrer”, disse.

Depois de passar por cirurgia no nariz no Prontomed da Santa Casa, Fagner recebeu alta no fim da manhã desta terça-feira (12) e aguardava a família para ir buscá-lo no hospital, quando deu entrevista, por telefone, ao Campo Grande News. “Agora eu estou bem. Tive o nariz quebrado e passei por cirurgia”, contou.

Segundo Fagner, é motorista de aplicativo há 4 anos, trabalha com carro alugado e, de vez em quando, faz corrida no período da noite e madrugada para ajudar nos custos com o veículo. Na madrugada em que foi agredido, ele recebeu o chamado para ir buscar uma passageira no Bairro Santa Mônica e deixá-la na Vila Nasser.

Ao chegar, Fagner encontrou a rua interditada por causa de uma festa. Ele, então, mandou mensagem para a passageira informando que havia chegado e onde a aguardava. A mulher foi localizada e quando se aproximava do carro foi alcançada por um homem [ex-marido dela]. “Ela veio apressada, mas logo atrás havia um rapaz correndo, que a alcançou e deu um esbarrão nela. “Fiquei quieto na minha, não imaginei que ia sobrar pra mim, se soubesse que ia ser agredido teria ido embora dali na hora”, contou.

Fagner já com o curativo no rosto e na cabeça (Foto: Arquivo pessoal)
Fagner já com o curativo no rosto e na cabeça (Foto: Arquivo pessoal)

Na sequência, o homem foi para a porta do motorista, tentou quebrar o vidro do carro e partiu para cima de Fagner. “Sai de dentro do carro, passei a mão numa faca pequena, que carregava na porta, e acertei ele. Apareceu mais umas três pessoas e me jogaram de cabeça no asfalto, começaram a pisar na minha cabeça e a chutar meu rosto. Eles tentavam arrancar a faca das minhas mãos. A única coisa que eu tinha para me defender”, lamentou.

Segundo Fagner, no momento que estava no chão e pedia socorro para alguém tirá-lo dali, ouviu a voz de uma mulher dizendo: “Eu vou te ajudar”. Foi nessa hora, que o trabalhador conseguiu se desvencilhar do grupo, soltar a faca e sair correndo para o carro. “Eu tinha apanhado muito. Antes de chegar no carro, caí três vezes. Estava tonto”.

Enquanto seguia para a casa, Fagner ligou para a esposa e pediu para ela pedir ajuda. “Liguei também para comunicar o fato à polícia. A ambulância foi me buscar na minha casa. Fui levado todo machucado para o hospital. “Trabalho há 4 anos como motorista e isso nunca tinha acontecido comigo”, contou.

Caso - Fagner não sabia, mas foi agredido pelo ex-marido da passageira e pelos irmãos dele.  Para se defender, o trabalhador usou a faca que carregava no carro e acabou ferindo os três irmãos, que também precisaram de atendimento médico e foram para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Mônica.

Eles sofreram ferimentos leves e, dois deles, receberam alta na mesma madrugada. No dia dos fatos, a passageira que havia solicitado o carro de aplicativo não foi localizada pela polícia para prestar esclarecimento. O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro.

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