"Negros nascem com deficiência": mulher denuncia racismo e transfobia
Caso foi registrado na Depac do Cepol como injúria qualificada pela LGBTFobia
Bombeira civil, de 22 anos, denunciou um colega de trabalho por racismo e transfobia, na noite desta quinta-feira (20), em um shopping center localizado na Avenida Consul Assaf Trad, em Campo Grande. O caso foi registrado na delegacia de polícia e será investigado.
A mulher contou que presta serviço no shopping, exercendo a atividade de bombeira civil e que o colega denunciado exerce a mesma função. Na manhã desta quinta-feira, ela afirma que entrou no alojamento, uma sala de descanso, onde estava outras duas pessoas, quando o homem fez um comentário.
"Mulher trans é só um homem com mangueirinha, jamais será uma mulher, que no meio desse povo existe vários nomes para essa putaria (sic)". Após isso, o homem ainda teria feito comentários racistas: "Os negros nascem com uma deficiência em uma parte do cérebro, que os tornam mais submissos (sic)".
A mulher então decidiu procurar a delegacia de polícia e afirmou que deseja representar criminalmente contra o suspeito. O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Integrado de Polícia Especializada), como injúria qualificada pela LGBTFobia.
O que é LGBTFobia? A LGBTfobia é um conceito que abrange diversas formas de agredir pessoas que não são heterossexuais ou cisgêneras, seja verbalmente, fisicamente ou psicologicamente. As atitudes LGBTfóbicas não se limitam a violências verbais ou físicas. Elas também estão nos comportamentos sociais.
Em nota ao Campo Grande News, o shopping em questão afirmou que entende, respeita e apoia a diversidade de pessoas em qualquer âmbito. Também informou que tomou as medidas pertinentes e acompanha o caso. "Tolerância zero para qualquer atitude que soe discriminatória, seja em relação ao nosso time, aos nossos parceiros, ou aos nossos clientes. No caso em questão, tomamos as providências cabíveis, assim como – imediatamente – nos solidarizamos e nos colocamos à disposição da nossa colaboradora e das autoridades".
Ainda, na resposta, a assesoria frisou que acredita em um mundo inclusivo "onde a individualidade de cada ser seja respeitada incondicionalmente. Queremos ser sempre um espaço acolhedor, de convivência harmônica, fazendo valer o nosso lema de que todo dia pode ser especial”.
(Matéria editada às 9h50 para acréscimo da resposta do shopping)