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Capital

No Estado, hipertensão é inimiga silenciosa para 400 mil pessoas

Helton Verão | 26/04/2014 11:00
Hipertensão ataca 500 mil pessoas em Mato Grosso do Sul, dessas 80%, 400 mil, não fazem o tratamento adequado para combater a doença
Hipertensão ataca 500 mil pessoas em Mato Grosso do Sul, dessas 80%, 400 mil, não fazem o tratamento adequado para combater a doença

Hoje é Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, considerada uma inimiga silenciosa que ataca cerca de 500 mil pessoas em Mato Grosso do Sul. No entanto, 400 mil sul-mato-grossenses não sabem que possuem a doença, que mata mais do que o câncer no Brasil. Para alertar a população, a equipe “12 por 8” (nome em alusão a pressão ideal), com a medição da pressão, orientações nutricionais e calculo do IMC (Índice de Massa Corpórea), realiza atendimento na manhã de hoje na Praça Ary Coelho, no Centro da Capital.

Manuel Correa só descobriu hoje, apesar de estar com 80 anos, que está com pressão alta em atendimento na Praça Ary Coelho. “Não sabia, descobri agora. Segunda-feira já irei começar a procurar medicação e mudar os hábitos”, comenta o aposentado.

O aposentado lembra que a mãe era hipertensa e ressalta que está se sentindo muito bem e não acreditava sofrer com a hipertensão. “Estou muito bem, achava que eu não tinha nada por não sentir nada. Já pensou se não faço esse teste e descubro aqui”, responde o senhor, que ficou sabendo da campanha e foi a praça exclusivamente para se consultar.

O técnico em agropecuária Ilton Martins, 62 anos, passava pela Ary Coelho, viu a movimentação e achou que fosse para tomar “vacina para velho”, como o próprio definiu. Hipertenso já em tratamento, mesmo assim ficou na fila para receber as orientações. “Já tomo remédio controlado duas vezes na semana, estava passando aqui e parei por curiosidade, vou me orientar com eles”, conta Martins.

Para quem ainda não recebeu orientação ou sofre da hipertensão e não trata adequadamente, Ilton faz a recomendação. “Já estourou uma veia no meu nariz, já pensou se fosse no cérebro? Não estaria aqui para conversar com vocês. Então recomendo procurarem por orientação, pois se trata de algo que não avisa ou apresenta sintomas para acontecer”, aconselha o técnico.

O responsável pela campanha, o médico cardiologista Cristiano Henrique Souza Pereira lembra que no Brasil 40 milhões são hipertensos e a cada dois minutos um brasileiro morre devido a doença. “A hipertensão é uma inimiga silenciosa, mata quase que o dobro do câncer. Pois não apresenta nenhum sintoma e não tem idade para acontecer”, avisa o médico, que também é diretor de promoção da saúde cardiovascular do SBC/MS (Sociedade Brasileira de Cardiologia).

Na equipe, além de médicos, nutricionistas atendem os pacientes com recomendações na alimentação. “A base da prevenção é a alimentação, tem que ser balanceada, focada em evitar os alimentos ricos em sódio, como conservados e embutidos”, explica a nutricionista Danielle Castelo Branco.

Entre os principais alimentos com sódio estão enlatados com azeitonas, ervilhas, milhos e os embutidos, como salames, linguiças, presuntos, salsichas e semelhantes. “A mudança de hábito é necessária, o brasileiro acha que a comida fica boa se estiver bem salgada, esquecendo o sabor natural do alimento. O primeiro passo para a mudança é tirar o saleiro da mesa”, indica a nutricionista.

São 20 profissionais atendendo na Praça Ary Coelho, além dos médicos e nutricionistas, acadêmicos de medicina, integrantes da Liga Acadêmica Cardiovascular, formada por 20 alunos, que trabalham em forças tarefas atendendo e propagando as informações a população. “Trabalhamos com aulas e palestras levando a conscientização à população. A falta de informação é um dos principais fatores pelo índice de problemas cardiovasculares”, reforça a diretora da Liga, Fernanda Almeida Andrade.

Apesar do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial acontecer todos os anos no dia 26 de abril, qualquer unidade de saúde oferece o atendimento à população para medir a pressão e ações para combater a doença.

Atendimento acontece até o meio dia na Ary Coelho, qualquer unidade de saúde oferece o atendimento à população para medir a pressão e combater a doença.
Atendimento acontece até o meio dia na Ary Coelho, qualquer unidade de saúde oferece o atendimento à população para medir a pressão e combater a doença.
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