Novo local para feira é necessário por “localização inadequada”, diz prefeitura
Semades informou que comércio fica em rua com linha de ônibus e próximo à unidade de saúde
A Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável) informou nesta segunda-feira (18) que a Feira do Santa Luzia funciona em local inadequado por estar em linha de ônibus e próxima a uma unidade de saúde.
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A Feira do Santa Luzia, localizada há 28 anos na Avenida São Nicolau, em Campo Grande, será transferida para a Rua São Gregório devido à sua localização inadequada, segundo a Semades. A mudança gerou impasse entre feirantes, que não foram consultados sobre o novo local. A prefeitura justifica a transferência alegando que o local atual contraria a legislação por estar em linha de ônibus e próximo a uma unidade de saúde. Comerciantes e moradores contestam a decisão, argumentando que a feira, realizada apenas aos domingos pela manhã, faz parte da memória cultural do bairro e que em outros locais da cidade os ônibus alteram seus itinerários em dias de feira.
A mudança da feira, que deve sair da Avenida São Nicolau para a Rua São Gregório, gerou impasse no bairro. Feirantes afirmam que foram comunicados pela Associação de Moradores sobre a transferência, mas que não participaram do debate sobre o novo local.
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Segundo a prefeitura, a feira está em processo de regularização após abertura de procedimento administrativo, já que a localização atual contraria a legislação vigente, a LC nº 223/2014. No entanto, comerciantes, consumidores e moradores lembram que a Feira do Santa Luzia está na avenida há 28 anos.
O feirante Eduardo Ribeiro, 30 anos, disse ter sido surpreendido pela notificação recebida em 3 de agosto, que determinava duas semanas para a saída. Para ele, o espaço proposto para a feira não favorece as vendas. “Querem levar a feira para duas ruas bem abaixo, em um lugar escondido”, criticou.
Morador do bairro desde criança e dono de uma lanchonete, Danilo do Carmo, 37 anos, também defende a permanência da feira na São Nicolau. Ele lembra que o evento, realizado apenas aos domingos, das 7h às 12h, faz parte da memória cultural da região. “Já vendi salgado aqui, e daí surgiu a ideia do ponto fixo em frente à feira. Para nós, a feira é cultura, tem memória afetiva para muitos moradores”, comentou.
Consumidora fiel, Sandra Alzira Siqueira, 64 anos, não mora no bairro, mas vai todos os domingos à feira porque os filhos vivem próximos. “Prefiro vir aqui pela variedade. Se mudar, fica mais difícil e eu nem venho mais”, disse.
Os defensores da feira destacam que em outros bairros da Capital os ônibus mudam o itinerário nos dias de feira. Além disso, o espaço ocupado na São Nicolau corresponde apenas a uma quadra, em horário de frota reduzida.
A reportagem tentou ouvir os autores do pedido de retirada da feira, mas não obteve resposta.
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