Para evitar corpos em postos de saúde, prefeitura muda regras para sepultamentos
Funerárias deverão funcionar até 24 horas e seputalmentos de vítimas da doença devem ser no mesmo dia
Com o número crescente de mortes por covid-19, que já está perto de 250 em Campo Grande, a prefeitura de Campo Grande mudou mais uma vez regras para sepultamentos de vítimas da doença.
Um dos motivos da alteração é um problema que começou a ocorrer com as mortes em postos de saúde, que não estrutura adequada para guardar cadáveres. Situação assim já ocorreu, por exemplo, no CRS (Centro Regional de Saúde) do Bairro Tiradentes.
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Em razão disso, nota técnica publicada na sexta-feira (14), prevê que as vítimas da covid, mesmo que se trate de suspeita ainda, sejam sepultadas no mesmo dia do óbito. Se não for possível, o corpo deve permanecer no local até que a funerária retire no dia seguinte.
Para isso, os cemitérios públicos e privados devem realizar os sepultamentos entre das 7h à meia-noite.
Caso o paciente venha a óbito em casa fora do horário de funcionamento dos cemitérios, a funerária deve fazer a retirada imediata do corpo e encaminhar para a capela do cemitério ou funerária para aguardar o sepultamento.
Apenas os agentes funerários poderão acessar o local da morte, vestindo roupas e equipamentos de proteção individual e o cadáver deve ser colocado em caixão de máxima proteção.
Ainda conforme a nota técnica, o número de profissionais presentes no sepultamento deve ser o menor possível e eles devem utilizar gorro, óculos, máscara cirúrgica, aventais e luvas descartáveis, durante toda e qualquer manipulação do cadáver.
Os demais EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) devem ser descartados após o uso nesses procedimentos, assim como todos os materiais utilizados em procedimentos que envolvam cadáveres suspeitos ou confirmados de óbito pela covid-19.
Preparo e transporte – o transporte do cadáver deverá ser feito com utilização de saco cadavérico para impedir vazamentos de qualquer liquido e o carro funerário deve passar por limpeza e desinfecção imediatamente após o transporte.
O contato com o corpo deve ser o menor possível, evitando manusear demais criando gases ou vazamento extra de fluídos do cadáver e o profissional deve usar a todo o momento EPIs. A parte de fora do caixão deve ser higienizada com álcool liquido 70%.
A tanatopraxia, embalsamento e formolização – práticas de conservação do cadáver - não poderão ser feitos, nos casos de suspeita e confirmação de covid-19. Em caso de exumação do corpo, os sacos cadavéricos devem ser descartados como resíduo contaminado.
Os profissionais que atuam no transporte, guarda do corpo e colocação do corpo no caixão, também, devem adotar as medidas de precaução, que devem ser mantidas até o fechamento do mesmo e os estabelecimentos funerários poderão armazenar temporariamente, restos mortais com suspeitas ou confirmados para COVID-19.