ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 26º

Capital

Pedreiro manteve outras duas famílias em cárcere privado por 11 anos

Graziela Rezende | 03/01/2014 10:04
Pedreiro permanece na 4ª D.P. Foto: Arquivo/ CG News
Pedreiro permanece na 4ª D.P. Foto: Arquivo/ CG News

Anterior ao casamento com Cira da Silva, 44 anos, e os quatro filhos, de 15, 13, 11 e cinco anos, mantidos sob tortura e agressões por 22 anos, o pedreiro Ângelo da Guarda Borges, 58 anos, ainda agiu da mesma maneira nos relacionamentos anteriores. Segundo o filho mais novo do primeiro casamento, ele trancou a 1ª mulher por cinco anos, até ela abandonar o imóvel. Após isso, ele se envolveu com uma outra mulher por mais seis anos, agindo da mesma maneira, conforme o depoimento da vítima.

"Foram 11 anos, juntando as duas esposas, que ele agia da mesma maneira. Após isso, ele conheceu a Cira e mantinha o comportamento que todos nós já conhecemos", afirma a delegada Rosely Aparecida Molina, responsável pelas investigações.

Além do cárcere, a filha de 37 anos confessou ter sido estuprada pelo pai quando tinha dez anos. Os abusos ocorreram por cinco anos. Ontem (2), a Polícia ainda ouviu o irmão da vítima, que confirmou o mesmo comportamento do pedreiro. “A conversa dele era a mesma, de que não sairíamos de casa para não nos transformarmos em bandidos”, disse Cláudio de Brito Borges, 34 anos.

Atualmente Cláudio, que nasceu no Tocantins, reside em Goiânia. “Já fizemos o pedido para que ele seja ouvido por carta precatória, porém, em conversa informal por telefone, o filho comentou sobre as agressões e o cárcere que vivia, ressaltando o comportamento que já conhecemos do suspeito com a segunda família”, afirma a delegada.

Nas palavras do filho, o pai seria preso “uma hora ou outra”, principalmente por “aprontado a vida inteira”. Com a oitiva formalizada, diligências, além de colegas de trabalho de Ângelo que já foram intimados, a Polícia pretende finalizar o inquérito nos próximos dez dias.

“Temos os depoimentos e respostas de solicitações, como a dos postos de saúde para saber se a atual mulher fez o pré-natal dos filhos e se eles já obtiveram atendimento médico. Após isso, vamos concluir o inquérito policial”, afirma a delegada.

Ajuda – Com relação à família, mantida por mais de 20 anos em cárcere, conforme a Polícia, a delegada conta que muitas pessoas se sensibilizaram para ajudar as vítimas, tanto Cira quanto os filhos.

“Eles continuam em um abrigo, já fizeram o cartão do SUS (Sistema Único de Saúde), estão recebendo atendimento psicológico e muitas doações de alimentos, roupas e até presentes para as crianças neste período de datas festivas. Já o suspeito permanece preso na 4ª Delegacia de Polícia”, finaliza a delegada.

Nos siga no Google Notícias