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Capital

Pesquisa inédita vai avaliar nível de nicotina entre fumantes do estado

Objetivo é mensurar o grau de dependência e estabelecer ações para um eficaz tratamento contra o vício.

Anahi Gurgel | 31/05/2017 07:12
Pesquisa inédita vai avaliar nível de nicotina entre fumantes do estado
Fumante caminha em Campo Grande. Mais de mil consumidores de tabaco de MS serão participarão de pesquisa sobre dependência. (Foto: Marina Pacheco).

Mais de mil fumantes de Mato Grosso do Sul serão avaliados em uma pesquisa inédita sobre seus hábitos em relação ao cigarro e outros derivados do tabaco. O objetivo é mensurar o nível de dependência de nicotina do usuário e estabelecer ações eficazes para combater o vício.

O estudo está sendo realizado em todo o país pela Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias). No estado, teve início no último dia 25 em Campo Grande e deverá ser concluído no final de junho, abrangendo outros 15 municípios.

Até o momento, cerca de 500 pessoas com a pretensão de largar o fumo já participaram da pesquisa, aplicada por meio do teste de Fagerstrom.

“É um questionário que permite fazer triagem sobre a rotina do uso do tabaco. A finalidade é analisar as respostas e estabelecer medidas pontuais para fazer um tratamento o mais eficaz possível”, explica a farmacêutica Cinthia Rios, uma das coordenadoras da pesquisa.

O levantamento é um desdobramento do Programa Parar de Fumar, desenvolvido por estabelecimentos ligados à Abrafarma. O tratamentos consiste em aconselhamento comportamental, encontros semanais para avaliar a dificuldade dos participantes e terapia de reposição de nicotina, com pastilha, goma ou adesivo. Teve início no final de março em Mato Grosso do Sul e, num primeiro momento, já atendeu 10 pessoas. Duas deixaram de fumar e 8 reduziram o consumo do cigarro.

Uma delas é Reni Gonçalves da Silva, 53 anos, funcionária de uma escola pública de Dourados. Fumava um maço de cigarros por dia, há 40 anos, e já conseguiu progresso em apenas 1 semana, com a cessação gradual. Confira no vídeo a seguir.

Cerco fechado contra fumantes - Abandonar um vício não é fácil, mas também não impossível. Dentre os obstáculos que fumantes enfrentam está o de assumir que precisam de suporte e enfrentar as limitações da lei, cada vez mais exigentes quanto ao consumo de produtos fumígeros e derivados.  

"A legislação antifumo está cada vez mais rigorosa e os dependentes hoje se sentem cidadãos de segunda classe, excluídos da sociedade, execrados em todos os lugares. Avalio essas medidas positivas e extremamente necessárias para a saúde da população, diante das tristes estatísticas envolvendo o fumo", pontua o pneumologista Roni Marques. 

Quero parar - Um grande exemplo de superação é Nelson Rodrigues de Almeida, administrador de uma fazenda em Jaraguari, a 44 quilômetros de Campo Grande. De seus 55 anos de idade, passou 40 totalmente dependente da nicotina. Começou a fumar aos 15 anos.   

Foi quando ele ganhou um grande presente do patrão, há pouco mais de um mês. Aceitou o "convite" para passar 35 dias em uma espécie de SPA em Campo Grande. Fez um intenso trabalho de desintoxicação, com check-up médico, atividades físicas, alimentação balanceada e terapias individual e em grupo. 

“Eu fumava cerca de 40 cigarros todos os dias e nem imaginava ficar sem um cigarro na boca. No meu serviço preciso ter bastante preparo físico, mas ficava sem fôlego e já nem sentia o sabor dos alimentos", lembra.

Pesquisa inédita vai avaliar nível de nicotina entre fumantes do estado
Nelson Rodrigues, de 55 anos, praticando corrida depois de abandonar o vício do fumo, que durou 40 anos. (Foto: Divulgação) Oliveira abandonou

"Tïve muita força de vontade e aceitei ajuda, porque sozinho eu não iria conseguir. Muitas pessoas que convivem comigo são fumantes e isso deixava tudo mais difícil", relata. Durante sua internação no Centro de Vida Saudável, coordenado pelo Hospital Adventista do Pênfigo, começou a praticar corrida. Hoje, comemora os 10 quilômetros percorridos sem sentir o pulmão reclamar. 

Nelson tomou atitude antes que fosse tarde demais. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo e está associado a mais de 50 tipos de doenças, sendo responsável por 90% das mortes por câncer de pulmão. Todos os anos, cerca de 5 milhões de pessoas morrem no mundo por causa do cigarro. 

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