ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 23º

Capital

Polícia refaz passos de aborto para confrontar versões de mãe e filha

Garota disse à polícia que abortou criança sozinha, após tomar chá de ervas por dois dias

Luana Rodrigues e Amanda Bogo | 16/03/2017 17:27
Policiais na rua de casa onde ocorreu aborto. (Foto: Marcos Ermínio)
Policiais na rua de casa onde ocorreu aborto. (Foto: Marcos Ermínio)

Na tarde desta quinta-feira (16), a Polícia Civil voltou à casa onde a adolescente de 17 anos abortou um bebê de cinco meses, nesta semana. O objetivo dos policiais era confrontar as versões dos envolvidos no caso, principalmente da garota e da mãe dela, para chegar a uma conclusão sobre como o crime foi realmente praticado.

“Não foi uma reconstituição e sim levantamento de evidências para que pudéssemos entender melhor a situação”, explicou a delegada, Aline Sinott, da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), que investiga o caso.

Conforme a delegada, em depoimento, a garota contou que passou dois dias tomando chás de uma erva abortiva, até que na terça-feira (14), a noite, começou a sentir contrações. A adolescente também contou à polícia que estava sozinha em casa, quando o bebê nasceu e ela o enterrou no quintal de casa.

“Por enquanto, trabalham com essa hipótese apresentada pela garota, mas caso se comprove que a mãe teve participação no crime, ela pode responder por prática de aborto, com pena de até três anos”, explicou a delegada.

A criança foi enterrada em uma caixa de papelão, que continha flores e um rosário dentro. O caso só veio a tona, porque a adolescente contou para o namorado, pai do bebê, que havia praticado um aborto.

Aline Sinott, delegada que investiga o caso. (Foto: Marcos Ermínio)
Aline Sinott, delegada que investiga o caso. (Foto: Marcos Ermínio)

O rapaz, de 27 anos, contou para a mãe e a avó paterna decidiu denunciar o crime à polícia. De acordo com a delegada, ele sustenta a versão de que a mãe da adolescente induziu a filha, inclusive, que teria mensagens no celular que provam isto. Os celulares dele e da adolescente foram apreendidos e devem passar por perícia.

A mãe da adolescente, que não teve o nome divulgado, nega participação no crime. Ela disse à polícia que nem sabia que a filha estava grávida e que nunca foi questionada pelo pai da criança ou a avó paterna sobre a gestação.

Segundo a delegada, caso fique comprovado que a adolescente agiu sozinha, ela pode responder pelo crime de aborto provocado pela gestante, e como é adolescente, corre o risco de ficar internada numa Unei (Unidade Educacional de Internação) por até três anos.

Nos siga no Google Notícias