Presa por maus-tratos a 16 gatos, mulher é solta, mas não pode mais ter animais
Ela foi presa em flagrante na quarta-feira (27), por manter animais em casa cheia de fezes e sem comida
Moradora da Vila Planalto, de 38 anos, presa em flagrante na última quarta-feira (27) por manter 16 gatos em “péssimas condições de higiene” recebeu liberdade provisória para responder por crime de maus-tratos.
A juíza Eliane de Freitas Lima Vicente, que assinou o termo de audiência, alegou que a mulher não apresentava sinais de violência ou grave ameaça para mantê-la sob prisão preventiva, além de considerar os bons antecedentes e emprego fixo da custodiada.
Ela não precisou pagar fiança, mas foi proibida de manter em sua residência quaisquer tipos de animais domésticos.
Em seu depoimento, a mulher informou que trabalha como cuidadora de idosos em uma clínica e faz diárias como faxineira. Em razão do trabalho, disse que costuma dormir na clínica e de lá, vai direto fazer as diárias.
Ela não dormia na quitinete há cerca de seis meses, nem fazia refeições no local, indo apenas para deixar ração aos animais a cada 10 dias, colocando “bastante ração, para que eles tivessem alimentos suficientes”.
Ela não tem filhos e mora sozinha na quitinete onde foram encontrados os gatos. Ela disse que no início da pandemia da covid-19, ganhou um casal de filhotes, que procriaram muito rápido.
Disse ainda que tentou, por diversas vezes, castrar os gatos no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), mas não conseguiu, e que não teria condições financeiras para pagar as castrações.
Quando questionada sobre o mau cheiro, que chegava a incomodar os vizinhos, informou apenas que “não tinha o que fazer com os animais” e que não tinha tempo para limpar a casa, porque precisava trabalhar.
O caso - A casa estava extremamente poluída e com muitas fezes. Os animais estavam sem água e comida, magros, aparentando estarem desidratados, estressados e devido à falta de ar, como descreveu a médica-veterinária do CCZ, Claudia Macedo.
"A Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) nos acompanhou, abriu para nós o cadeado e a porta, e com a chegada da Polícia Civil, a gente adentrou o local para averiguar os animais."
A situação trazia problemas de saúde aos próprios animais, além da vizinhança, que reclama das condições da residência. Os espécimes foram resgatados e serão examinados pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses).