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Capital

Reconstituição aponta que ciclista morreu na Ceará "por falta de atenção"

Bruno Chaves | 11/04/2014 17:13
Reconstituição durou quase uma hora e interditou Rua Ceará (Foto: Pedro Peralta)
Reconstituição durou quase uma hora e interditou Rua Ceará (Foto: Pedro Peralta)

A Polícia Civil de Campo Grande realizou, na tarde desta sexta-feira (11), a reconstituição do acidente que matou o ciclista Alisson Cristian Valter Bueno, 16 anos, em uma das alças de acesso da Rua Ceará à Avenida Afonso Pena, no dia 15 de março desse ano. Para o delegado Dmitri Palermo, da 3ª DP, que comandou os trabalhos, a hipótese mais provável é que a colisão tenha ocorrido por falta de atenção da vítima.

O delegado, acompanhado de peritos criminais e testemunhas que presenciaram a batida, montou, passo a passo, a dinâmica do acidente. “Isso é de grande importância para somar no resultado de todos os laudos periciais com os depoimentos. Isso nos dará noção para nos aproximarmos do que realmente houve”, contou o delegado.

Para o perito criminal Amilcar da Serra, a reconstituição da batida auxiliará na conclusão dos trabalhos. “Poderemos fazer os cálculos físicos, como velocidade, ver se o motorista poderia ter evitado o acidente e outras coisas”, afirmou.

Dinâmica da reconstituição – A Rua Ceará foi interditada para o trabalho pericial. Além de quatro testemunhas que foram convocadas pela polícia, o motorista do Peugeot 307 que atropelou o ciclista também esteve no local. Ciliomar Marques Filho, 27, compareceu acompanhado dos advogados e não deu entrevista à imprensa.

Testemunha ocular do acidente, Alessandra Marinho, 35, disse que o ciclista fez uma “manobra suicida”. “Ele vinha descendo em alta velocidade pela Ceará quando bateu no carro em que eu estava e derrubou uma sacolinha. Ele olhou para trás rapidamente e virou com tudo”, disse.

Para delegado, acidente poderia ter sido evitado se ciclista tivesse mais atenção (Foto: Pedro Peralta)
Para delegado, acidente poderia ter sido evitado se ciclista tivesse mais atenção (Foto: Pedro Peralta)
Casal de noivos presenciou acidente e foi atrás de condutor que fugiu do local (Foto: Pedro Peralta)
Casal de noivos presenciou acidente e foi atrás de condutor que fugiu do local (Foto: Pedro Peralta)

Após isso, conforme a testemunha, ocorreu o acidente. “Ele voltou e subiu a Ceará sentido Avenida Mato Grosso. Nesse momento ele foi atingido pela lateral esquerda do carro e já caiu no chão”, emendou.

Já Janete Leite, 45, que dirigia o carro em que Alessandra estava, contou à polícia que o ciclista estava em alta velocidade e que seria atingido por qualquer motorista que passasse pelo local. “Qualquer pessoa poderia atropelar ele. Ainda bem que não fui eu. O homem que atropelou ele estava em velocidade normal”, afirmou.

Os noivos Thiago Dias, 27, e Priscila Pires, 29, também presenciaram o acidente. Eles seguiram o condutor do veículo, que não parou para socorrer a vítima atropelada. “Ele atropelou o menino, que bateu a cabeça no vidro e foi jogado para frente. Ele parou, olhou do lado e foi embora”, disse Priscila.

Thiago contou que seguiu o motorista por algum tempo até que conseguiu fazer ele parar na Rua Oceano Atlântico, na Chácara Cachoeira, próximo do local do acidente. “Disse para ele voltar, mas ele falou que era advogado e saberia o que aconteceria. Perguntei se ele estava embriagado e ele disse ‘pior que estou’”, lembrou.

Conforme Amilcar, Ciliomar não estava em alta velocidade no momento da batida. “Como aqui é uma curva fechada e subida, para ele conseguir passar deveria estar entre 50 e 60 quilômetros por hora”, disse. “A distância entre a batida e o ponto de parada é de 10 metros”, emendou.

Para o delegado e o perito, os depoimentos das testemunhas aliados ao trabalho da reconstituição serão primordiais para a conclusão do caso. “Cada testemunha relatou o que viu e os depoimentos se completaram. Isso vai de encontro e auxilia na investigação”, concluiu Dmitri.

O delegado ainda completa que “serão somados os resultados dos laudos periciais, mais o trabalho de reconstituição e depoimento das testemunhas para determinação da culpa. Vamos analisar se houve negligência, imprudência ou imperícia”.

Por enquanto, o delegado adiantou que o motorista do Peugeot 307 que atropelou Alisson, Ciliomar Marques Filho, 27 anos, será indiciado por evasão de local de acidente de trânsito. “Talvez também possa ser indiciado por omissão de socorro”, explicou.

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