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Capital

Rodrigo entrou em cirurgia para retirar a vesícula e saiu em estado vegetativo

Desde outubro ele só mexe os olhos, e agora pode ser "despejado" do hospital; família suspeita de erro médico

Por Ana Beatriz Rodrigues e Geniffer Valeriano | 18/12/2023 14:55
Rodrigo feliz, com um ursão de pelúcia nos braços. (Foto: rede social)
Rodrigo feliz, com um ursão de pelúcia nos braços. (Foto: rede social)

Amigos e familiares de Rodrigo Rezende, de 34 anos, ainda não entendem como ele entrou andando no hospital e saiu em estado vegetativo. O técnico em informática foi internado para uma cirurgia de retirada de vesícula, chamada colecistectomia, no Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande. O procedimento foi realizado em outubro passado, desde então o rapaz só consegue mexer os olhos. E o drama só aumenta, porque o HR já deu alta ao paciente, que morava com avós idosos e a mãe deficiente visual.

Ao Campo Grande News, Tânia Rezende de Miranda, de 52 anos, mãe do Rodrigo, contou que a história do filho com os médicos já começou mal, sem um diagnóstico. “Ele passou dias esperando por essa cirurgia, passou mal muitas vezes até descobrirem o que realmente ele tinha". Mas o processo também garantiu que todos os procedimentos de segurança fossem adotados antes. "Todos os exames necessários foram feitos, se tivessem algum impedimento eles (os médicos) saberiam”. Por isso ela acredita em erro.

No dia da cirurgia, a informação à família era de um procedimento rápido, afirma a mãe. "Me falaram que seria coisa de uma hora, ele estava bem, falando e super tranquilo. Quando notei a demora, fui perguntar, um enfermeiro me disse que ele estava dormindo, então voltei para o quarto e continuei esperando. Tempo depois vieram me chamar para falar que meu filho tinha tido uma parada cardíaca e precisou ser intubado”, lembra Tânia.

Depois, ao pedir explicações, a mãe afirma que ouviu explicação do médico responsável. “Ele disse que talvez quando foi aplicar anestesia”.

Rodrigo bem antes de entrar na sala de cirurgia. (Foto: Arquivo pessoal)
Rodrigo bem antes de entrar na sala de cirurgia. (Foto: Arquivo pessoal)

Sem uma explicação plausível, no entendimento da família, a decisão foi de denunciar o caso ao CRM (Conselho Regional de Medicina), ao Ministério Publico e na tarde desta segunda-feira (18) procurar a delegacia para registrar um boletim de ocorrência.

Vanessa Araújo, de 40 anos, prima do rapaz, acrescenta que 48 dias após a cirurgia que deixou Rodrigo ‘vegetando’ o hospital disse para a família que queriam dar alta para o rapaz, sem nenhuma ajuda do poder público com home care ou empréstimo de equipamento.

“Não temos quem fique com Rodrigo, ele morava com os avós para cuidar deles, que são de idade e a mãe é deficiente visual. Ele está no respirador, precisaria de atenção e cuidado e não temos como fazer isso se o hospital fica falando em dar alta”, comentou.

Relato oficial de enfermeira sobre sumisso de uma das folhas do prontuário de Rodrigo.
Relato oficial de enfermeira sobre sumisso de uma das folhas do prontuário de Rodrigo.

Erros médicos - Presidente da Associação de Vítimas de Erro Médicos, Valdemar dos Santos acompanha o caso. Segundo ele, há elementos que reforçam a suspeita de falha profissional. "Relato de uma enfermeira dizendo que a folha de pós-operatório dele sumiu. Só deles não estarem encontrando essa folha, já estão assumindo o erro, sem ela, não conseguimos saber nem se em algum momento da cirurgia algum órgão foi perfurado”, explica.

Ele é otimista em relação aos próximos passos. “Um erro médico nunca fica escondido, ele sempre aparece. Ele também adquiriu uma superbactéria e já entramos com ação de danos moral e uma ação criminal na parte médica".

A reportagem entrou em contato com a assessoria do Hospital Regional para entender o que ocorreu e entender como foi o atendimento do paciente, mas até o momento a reportagem não teve respostas e nenhuma das perguntas.

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