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Capital

Samu reclama da demora da polícia para chegar a locais de crime

Aline dos Santos | 11/07/2016 12:21
Samu informou que demora da polícia afetava tempo resposta para socorro. (Foto: Marcos Ermínio)
Samu informou que demora da polícia afetava tempo resposta para socorro. (Foto: Marcos Ermínio)

Denunciado por demora em atender pessoas em locais de crime, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) culpou a PM (Polícia Militar) pelo atraso e o caso virou investigação do MPE (Ministério Público Estadual).

Conforme o inquérito civil, instaurado pela 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de Campo Grande, a primeira denúncia era contra o Samu, surgiu em outubro de 2014 e foi endereçada ao MPF (Ministério Público Federal). O denunciante anônimo relatou que o serviço demorava a chegar em locais com feridos por arma branca ou de fogo.

À época, Eduardo Cury então diretor do Samu, respondeu ao MPF que “infelizmente, constantemente temos problemas em chegar precocemente às vítimas em cenas inseguras pela demora do apoio da Polícia Militar, o que prejudica o prognóstico e atendimento adequado à vítima, pois cada minuto que se passa em atendimento de emergência é imperioso para o resgate com sucesso”, disse, por meio de ofício.

A então direção do Samu ainda informou que o tempo médio de reposta em chamadas para ocorrências consideradas prioridade máxima é de 10 minutos. Mas que o tempo muita vezes é prejudicado pela demora da polícia.

Nos ofícios, o Samu ainda lamentou “profundamente” o desconhecimento do Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança), mais especificamente a Polícia Militar, por não cumprir as portarias ministeriais e, em seguida, elencou que a conduta resultava nos seguintes prejuízos: aumento do tempo resposta para atendimento a o ocorrências, omissão na proteção das equipes do Samu, e forma desrespeitosa como os médicos reguladores são tratados quando solicitam apoio. Portaria  do Ministério da Saúde estabelece que a polícia faça a segurança dos profissionais nesses casos.

Com essas explicações, o MPF encerrou em agosto de 2015 o procedimento contra o Samu, mas repassou o caso para MPE apurar provável irregularidade na conduta da PM. Em outubro do ano passado, foram solicitadas informações para o comando da Polícia Militar e Samu. A polícia informou que foram 809 ocorrência envolvendo Samu em 2014 e 517 em 2015, totalizando 1.326. Foram anexadas mais de 40 páginas com o relatório das chamadas. Os dados foram repassados em novembro de 2015.

Já o Samu só respondeu em abril deste ano, após o MPE fazer prorrogação do procedimento preparatório. Conforme o secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, houve reunião entre a policia e o Samu, o que resultou em “melhora no relacionamento”.

O próximo passo do Ministério Público Estadual será consultar a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) se ainda há pendências em relação à PM.

Sem problema - Nesta segunda-feira (dia 11), o secretário informou que não há problemas na relação entre Samu e a Polícia Militar.

“A PM é grande parceira do município de Campo Grande, não sei qual o problema que o Cury teve, mas na gestão atual não têm problemas. A gente está construindo um fluxograma de urgência e emergência, de forma integrada com PM e bombeiros”, afirma Ivandro. A assessoria da PM infirmou que a corporação não foi notificada do caso.

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