Santa Casa da Capital restringe internação de crianças por falta de leitos
Pronto socorro é outro setor que opera com restrições no hospital
Depois de afirmar que restringiu a entrada de pacientes no pronto socorro motivada pela falta de materiais para fazer cirurgias, a Santa Casa de Campo Grande confirmou hoje (20) que também está limitando os serviços do setor de pediatria.
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A justificativa é a superlotação provocada pelo aumento das internações de crianças por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), conforme explicou o hospital em nota.
"Devido à superlotação na área vermelha com pacientes pediátricos acometidos por doenças respiratórias, foi emitido um ofício restringindo os atendimentos de pediatria", diz no texto.
Só em Campo Grande, internações de crianças de 1 a 9 anos por SRAG já somam 392 este ano, considerando as realizadas em todos os hospitais.
Situação no setor - A instituição alega ter apenas três vagas disponíveis na área vermelha pediátrica, enquanto cinco pacientes encontram-se intubados, e que não há mais pontos de oxigênio disponíveis para novos atendimentos.
Ainda segundo a Santa Casa, a área verde da pediatria tem sete leitos e também encontra-se superlotada, com 12 pacientes internados.
Pronto socorro - Nesta manhã, a movimentação no pronto socorro do hospital aparentou normalidade com ambulâncias entrando, além de cerca de 20 acompanhantes e pacientes aguardando do lado de fora.
A assessoria de imprensa confirmou hoje que o setor segue restrito à entrada de pacientes e que a falta de materiais ainda não foi regularizada.
Na semana passada, o diretor clínico William Leite detalhou que falta "enxoval" para cirurgias.
"Estamos com problema na renovação do nosso 'enxoval' cirúrgico, que depende de confecção. Como nós chegamos ao ponto de não ter mais esse 'enxoval' cirúrgico, nós restringimos e pedimos auxílio a outros hospitais, para que eles pudessem nos ceder o enxoval deles", explicou.
Crise - A Santa Casa vive crise financeira discutida este mês em duas audiências públicas, uma na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e outra na Câmara de Vereadores de Campo Grande. Nos dois eventos, representantes informaram que o hospital opera apesar de déficit de R$ 13 milhões mensais.
Durante a audiência na Câmara, o diretor financeiro, Reinaldo Romano, disse que a situação deve melhorar quando a instituição recuperar a linha de crédito com fornecedores.
"O dinheiro que entra, que poderia ser usado para outras ações, está sendo destinado para essas compras antecipadas, para que o material chegue ao hospital sem falta. Principalmente medicamentos, materiais hospitalares, antibióticos, tudo o que é essencial para o funcionamento do hospital e o atendimento aos pacientes. Vamos ter que repetir o que fizemos no passado: comprar, pagar em dia, ir ganhando prazos aos poucos, até que o limite de crédito seja restabelecido", declarou.
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