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Capital

Sem merenda, escolas vendem até picolé para comprar alimentos

Alan Diógenes e Juliana Brum | 07/10/2015 09:53
Em algumas escolas, direção recorre aos pais para pedir alimentos. (Foto: Arquivo)
Em algumas escolas, direção recorre aos pais para pedir alimentos. (Foto: Arquivo)
Escola Ana Lúcia de Oliveira Batista ficou 12 dias sem merenda, mas problema já foi resolvido. (Foto: Fernando Antunes)
Escola Ana Lúcia de Oliveira Batista ficou 12 dias sem merenda, mas problema já foi resolvido. (Foto: Fernando Antunes)

A distribuição da merenda não foi normalizada em algumas escolas municipais e Ceinfs (Centros de Educação Infantil) de Campo Grande e diretores tiveram uma forma criativa de amenizar o problema. Em alguns centro de ensino, a direção recorreu aos pais para pedir a alimentação para as crianças e tem creche que está vendendo picolés para conseguir arcar com a merenda.

A Escola Municipal Integral Ana Lúcia de Oliveira Batista, localizada na Rua Perciliana Barbosa Ferreira, Bairro Paulo Coelho Machado, a merenda voltou a ser oferecida aos alunos no dia 30 do mês passado. Os produtos conseguiram garantir pelo menos o almoço das crianças.

Mas, a escola ficou 12 dias sem os alimentos, pedindo aos pais que as retirassem os filhos para almoçar em casa e depois retornar à escola. Em frente do portão existe o comunicado para os pais doar alho e cebola para a preparação das refeições.

A dona de casa, Cristina Ribeiro, que tinha ido buscar o filho mais cedo, por motivos de saúde onfirmou que a escola voltou a oferecer normalmente a merenda para as crianças. “Antes estava bem difícil viu, mas de uns dias para cá voltou ao normal. Ainda bem, porque tem muitas crianças que só comem na escola”, comentou.

Na Escola Municipal Integral Professora Iracema Maria Vicente, na Rua Rotherdan, Bairro Ria Vieira, a refeição para os alunos também voltou a ser oferecida normalmente. Apesar disso, alguns pais de alunos disseram que os produtos alimentícios estão sendo usados de forma ecômomica.

A direção do Ceinf Maria de Oliveira Lima, no Moreninhas II, adotou uma forma criativa de conseguir a merenda. Segundo a mãe de aluno, a copeira Josiane Batista, 24, está vendendo picóles para os pais para arrecadar fundos e obter a merenda.

Além disso, segundo Josiane, a direção também pede contribução de alimentos para os pais. O aviso está na portão da créche. “Estão pedindo arroz e mistura também. Pior que não tenho condições de pagar uma babá, então estou ajudando na alimentação, afinal não posso deixar meu filho de um ano e sete meses passar fome. Um absurdo a prefeitura não ter dinheiro nem para comprar merenda para crianças, deveriam prestar mais atenção nisso”, finalizou.

O secretário municipal de Planejamento, Finanças e Controle, Disney de Souza Fernandes, informou, durante a prestação das contas públicas, na Câmara Municipal, que a prefeitura deve R$ 6 milhões aos fornecedores da merenda, por isso a entrega foi suspensa. Mas, a gestão municipal fez uma varredura nas contas atrasadas e organizou um cronograma de pagamentos, que será apresentado aos fornecedores, para tentar convencê-los a retomar a entregue.

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) também foi procurada, na noite da terça-feira (6), mas não deu retorno sobre o assunto até a manhã de hoje.  

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