Sesau quer prazo de 30 dias para abrir novos leitos em hospitais
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) vai pedir mais 30 dias de prazo ao MPE (Ministério Público Estadual) para abertura de novos leitos em Campo Grande. De acordo com o secretário Jamal Salem, a expectativa é ativar, dentro desse período, vagas no HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian e Santa Casa.
“Os leitos estão sendo operacionalizados. São 10 vagas de UTI no HR e mais 18 vagas para a área amarela, que atende pacientes com AVC, infarto. E estamos buscando 12 leitos na Santa Casa”, afirma o secretário. A médio prazo, a prefeitura pretende abrir mais 10 vagas no Hospital da Criança do SUS, ainda em reforma.
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“Em saúde, um mais um pode ser dois, pode ser três. Precisamos de recursos humanos, equipe treinada para a UTI. Temos boas intenções em resolver o problema, que não surgiu na gestão do Gilmar Olarte e não é em cinco meses que vai resolver. A saúde estava em coma”, salienta Jamal Salem. Segundo ele, o déficit é de 50 leitos de UTI na cidade. "Vai levar um ano e meio para pôr a casa em ordem", avalia.
A crise na rede pública de saúde, com pacientes internados em pronto-socorro e UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) por mais de 24 horas, fez com que a promotora Filomena Aparecida Depólito Fluminhan expedisse recomendação, no dia 15 de agosto, para abertura de novos leitos dentro do prazo de 10 dias. O documento não informou a quantidade, mas faz menção a quantitativo necessários para atender os usuários irregularmente internados.
No último dia 20 de agosto, após reunião com o secretário municipal de Saúde, a promotora esticou o prazo para mais 20 dias. De acordo com Jamal, o novo pedido de dilatação do prazo deve ser apresentado ao MPE. “A promotora está trabalhando e nós estamos trabalhando. Não podemos fazer milagre”, afirma. Ele pondera que há bom diálogo com o Ministério Público.
A recomendação funciona como um alerta. Caso os pedidos não sejam atendidos, a questão pode virar processo judicial.
Crônico - Vistoria do MPE voltou a encontrar problemas nas UPAs Coronel Antonino, Vila Almeida e Universitário. A fiscalização foi feita pela promotora em primeiro de setembro.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público, na UPA Coronel Antonino, constatou-se que uma paciente estava internada desde 24 de agosto à espera de vaga em Caps (Centro de Apoio Psicossocial).
Na Vila Almeida, a informação é que nos últimos meses, pacientes chegaram a ficar mais de cinco dias internados; porém, nas últimas semanas, a transferência foi mais rápida.