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Capital

Sob investigação, quarto onde Mayara morreu é interditado em motel

Funcionários disseram que chegaram a pensar que era um aborto, mas não acionaram polícia

Rafael Ribeiro e André Bittar | 31/07/2017 13:10
Aviso na entrada enfatiza que documentação é exigida: polícia agora quer saber se ordem é respeitada (Foto: André Bittar)
Aviso na entrada enfatiza que documentação é exigida: polícia agora quer saber se ordem é respeitada (Foto: André Bittar)

O quarto do motel Gruta do Amor onde a musicista Mayara Amaral, 27 anos, foi morta a marteladas no último dia 24 está interditado pela gerência do local devido às investigações da Polícia Civil sobre até que ponto o comércio pode ser responsabilizado sobre o ocorrido. A hipótese, levantada na reunião entre a cúpula do órgão na manhã desta segunda-feira (31), não foi descartada. Apesar do quarto estar cheio de sangue, a polícia não foi acionada no dia.

A informação de que o quarto segue interditado foi confirmada por funcionários do motel ouvidos pelo Campo Grande News durante a manhã. Sem autorização da gerência, muitos aceitam contar detalhes do que sabem somente com a garantia de preservação da identidade. E com muito medo.

“Ninguém quer lembrar o que aconteceu. Foi tudo muito triste. Vem sendo difícil para nós lidar com o fato sem que alguém aponte o dedo”, completou uma jovem.

Segundo o relato dos acusados pelo crime, incluindo o do mentor, o também músico Luis Alberto Bastos Barbosa, 29, eles deixaram o estabelecimento na região do Bairro São Francisco (zona norte da Capital) com o corpo de Mayara no porta malas do Gol branco dela roubado, modelo dos anos 1990.


No auto da prisão de Barbosa e dos comparsas encaminhado à Justiça, uma representante do motel disse que encontrou o documento de identidade da vítima no quarto, que estava completamente ensanguentado. A funcionária diz que pensou ser um aborto quando viu.


“O cenário que encontramos era o pior possível, muita sujeira e sangue. Nem se pensa em uma hora dessas que alguém morreu”, disse outro funcionário.


“Podia ser qualquer coisa, podia ter acontecido de tudo lá dentro. A funcionária do dia ficou em choque quando viu e pior ainda quando descobriu tudo. Disseram aqui que eles foram educados ao entrar e que não foram embora apressados”, apontou outro empregado.


Considerando a imagem do local afetada pelo ocorrido, todos os funcionários garantem que cumprem as determinações prévias de segurança, como pedir documentação na entrada e saída, fazer a checagem do quarto na imediata saída do cliente e comunicar as autoridades de imediato caso ocorra algo. Ressaltam que no dia não foram ouvidos gritos, o que não levantou suspeita.

Os funcionários também comentam a informação de que o motel ligou para a família chegando a cobrar pela conta do dia, que não teria sido paga. 

Na reunião desta segunda, policiais civis não falaram abertamente, mas garantem nos bastidores que investigarão a conduta do motel, no mesmo inquérito. Não estão descartadas operações especiais com outras delegacias especializadas como uma ocorrida em maio de 2015, onde cinco de oito estabelecimentos do tipo vistoriados apresentaram irregularidades.


O Campo Grande News tentou contato com a ABMoteis (Associação Brasileira de Moteis) tanto com a sucursal estadual quanto com a matriz brasileira, mas não obteve retorno até a conclusão desta reportagem.

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