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Capital

Traficante do PCC morto em confronto alugou casa há 3 meses para vender drogas

Vinicius Rodrigues acumulava 24 passagens e traficava drogas, mas nunca levantou desconfiança de vizinhos

Dayene Paz e Bruna Marques | 19/08/2022 10:19
Casa onde ocorreu abordagem e tiros no Jardim Aeroporto. (Foto: Henrique Kawaminami)
Casa onde ocorreu abordagem e tiros no Jardim Aeroporto. (Foto: Henrique Kawaminami)

Na casa da Rua Mongólia, do Jardim Aeroporto, em Campo Grande, os vizinhos não desconfiavam que Vinicius Rodrigues Vieira, de 22 anos, conhecido como "Vine Ribeiro" ou "Playboy", vendia drogas. "A gente nem sabia que ele tinha passagens pela polícia, só que ele veio de Sidrolândia", conta o vizinho, de 28 anos, que pediu para não ter o nome divulgado por medo. Vinicius morreu ao tentar atirar contra policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), na madrugada desta sexta-feira (19).

Informações do boletim de ocorrência detalham que Vinicius era membro do PCC (Primeiro Comando da Capital) e além do tráfico de drogas, acumulava 24 passagens pela polícia, por crimes diversos, entre eles roubos e furtos. Na casa onde ele morava com a namorada, de 16 anos, a polícia encontrou porções de cocaína e maconha.

O vizinho, que é entregador, diz que Vinicius alugou a casa há cerca de três meses e já mudou com a namorada, de 16 anos. "Tinha vezes que pagava, tinha vezes que não pagava o aluguel", conta. Detida, a adolescente confessou que vendiam drogas no local.

Vinicius foi solto em fevereiro e vendia drogas em casa do Jardim Aeroporto. (Foto: Direto das Ruas)
Vinicius foi solto em fevereiro e vendia drogas em casa do Jardim Aeroporto. (Foto: Direto das Ruas)

Contudo, na região, os moradores não desconfiavam que Vinicius era traficante e muito menos membro do PCC, informação que consta em boletim de ocorrência. "Era uma pessoa fechada, de difícil acesso. Só a menina que saía para fazer compras, voltava com sacola de mercado e só andava de cabeça baixa. Nunca vi ninguém ali além dele, porque eu chegava tarde, mas ouvia discussão dos dois", afirma.

Nesta madrugada, o vizinho se assustou ao ouvir quatro disparos, entre 2h e 2h30 da madrugada. "Quando eu sai aqui na frente para ver o que tinha acontecido, o Bope mandou eu entrar, então eu fiquei em casa", lembra.

O caso - Os policiais informaram que estavam em rondas pelo bairro, quando perceberam um rapaz correndo ao ver a viatura. Ele pulou vários muros, até entrar em um imóvel na Rua Mongólia. O local foi cercado e os militares chegaram até o imóvel onde o suspeito estava.

Vinicius foi localizado e, na primeira ordem de abordagem, obedeceu. Os policiais pediram para que ele colocasse as mãos na cabeça e saísse do quarto para ser revistado na varanda. Neste ínterim, um dos policiais entrou na casa para fazer varredura, mas ao ver a movimentação, Vinicius correu em direção ao quarto, transtornado, de acordo com o Bope.

Foi dada ordem para que Vinicius retornasse, mas ele não obedeceu, momento em que os outros policiais tentaram impedi-lo, iniciando uma luta. Novamente, o rapaz foi levado para a varanda, mas conseguiu se desvencilhar e correr para outra porta aberta.

Segundo boletim de ocorrência, ele pegou algo metálico, posteriormente identificado como sendo um revólver calibre .32, e tentou disparar contra os policiais, que revidaram utilizando uma pistola .40 e fuzil 5,56mm. Vinicius foi ferido, mas não há informações sobre a quantidade de tiros. Os militares o levaram para a Santa Casa, mas ele não resistiu.

A namorada de 16 anos estava no imóvel no momento dos fatos, mas dormindo, e confessou o tráfico de drogas no local, afirmando a cocaína é vendida ao valor de R$ 250 a caixa e que, inclusive, a droga teria recentemente chegado para venda. A adolescente foi encaminhada para a delegacia pelo tráfico de drogas.


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