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Capital

Um ano após matar travesti, assaltante que atirou em policial continuava solto

A longa ficha criminal de Carlos começa quando ele ainda era adolescente. São pelo menos 13 passagens

Geisy Garnes | 22/08/2020 11:20
Carlos no dia da prisão pelo assassinato da travesti, em maio do ano passado (Foto: Clayton Neves)
Carlos no dia da prisão pelo assassinato da travesti, em maio do ano passado (Foto: Clayton Neves)

Condenações por roubo, longa ficha de crimes, quebras de regimes prisionais e um homicídio praticado há pouco mais de um ano. Mesmo com esse histórico, Carlos Batista Lima, de 28 anos,  continuava solto e na vida criminosa. Na noite de quinta-feira (20) foi mais uma vez preso, desde vez por matar o investigador do GOI (Grupo de Operações e Investigações) Joel Benites da Silva, de 53 anos, durante tentativa de assalto.

A longa ficha de dívidas de Carlos com a Justiça começa quando ele ainda era adolescente. São pelo menos 13 passagens por crimes de resistência, desobediência, falsa identidade, injúria, vias de fato, sequestro, roubo, lesão corporal, furto, desacato, falsidade ideológica e o último deles, homicídio.

Em maio do ano passado, foi apontado pela polícia como o assassino da travesti Thaylla, batizada de Francielson Rodrigues de Moura. O crime aconteceu na Avenida Bandeirantes, na madrugado do dia 19.

A vítima foi esfaqueada duas vezes, uma no braço e outra no braço. O corpo foi encontrado em frente ao Terminal Bandeirantes.

A prisão de Carlos aconteceu seis dias depois, quando investigadores do GOI o encontraram na Vila Jacy. Ele estava com um grupo de pessoas no cruzamento das ruas Alexandre Fleming e Pagé, o que chamou atenção dos policiais.

Tentou fugir - Assim que eles se aproximaram, Carlos correu. Ele fugiu por algumas quadras até ser capturado por um dos investigadores. Ainda tentou resistir a prisão e por isso foi algemado e colocado no banco de trás da viatura policial.

Logo foi descoberto que estava foragido do regime semiaberto, onde deveria estar cumprindo 10 anos de prisão por roubo.

No caminho da delegacia, Carlos mesmo algema conseguiu abrir a porta da viatura e pulou do carro em movimento. Por causa da queda, sobre várias lesões pelo corpo e foi levado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon para atendimento. Foi na mesma unidade que Joel recebeu o primeiro atendimento na noite de quinta-feira.

Naquela época, depois de ser liberado, Carlos foi levado para a delegacia e falou para os policiais em tom de desdém que a quebra do regime não daria em nada, que o juiz só iria mandar ele pagar uma cesta básica e que “no máximo em seis meses estava na rua”. Quando chegou na unidade policial, foi reconhecido como o assassino de Thaylla.

Apontado como autor de mais um crime, negou qualquer tipo de participação, mas conforme as investigações era o traficante responsável por esfaquear a travesti durante uma cobrança de dívida por drogas. Por isso, foi novamente preso. Ainda assim, a prisão não durou muito tempo.

Diante do novo crime, o Campo Grande News procurou informações sobre a investigação do primeiro assassinato cometido por Carlos e os motivos para não estar presos pelo crime, mas o processo, que corre na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, está em sigilo absoluto.

O suspeito ainda responde na justiça por resistência na prisão de maio do ano passado, mas as audiências do caso, que deveriam acontecer no começo deste ano, foram canceladas por conta da pandemia do coronavírus.

Caso - Joel fazia parte do GOI (Grupo de Operações e Investigações) e integrava os quadros da Polícia Civil há 30 anos. Ontem, o policial estava de folga quando foi abordado pelos bandidos na Rua Tupi, no Jardim Leblon.

Conforme o Corpo de Bombeiros, os disparos atingiram a vítima na região do tórax. O policial recebeu os primeiros atendimentos ainda no local e foi levado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do mesmo bairro, em estado grave, mas não resistiu.

Ao reagir a tentativa de assalto, o policial também atirou contra Carlos, que mesmo baleado tentou fugir. Toda a ação dos criminosos foi gravada por câmeras de segurança.


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