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Capital

Um ano depois, prefeitura tenta tirar do papel corredor gastronômico oriental

Ideia é instalar na via restaurantes asiáticos e ambientação japonesa, inspirada na Liberdade, em São Paulo

Por Mylena Fraiha e Raíssa Rojas | 01/08/2025 12:20
Um ano depois, prefeitura tenta tirar do papel corredor gastronômico oriental
Portal em estilo japonês (torii), localizado na Rua dos Barbosas, próximo à Avenida Dr. João Rosa Pires (Foto: Marcos Maluf).

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP) comentou na manhã desta sexta-feira (1º) o interesse em tirar do papel o projeto de transformar a Rua dos Barbosas, no bairro Amambaí, em um corredor cultural e gastronômico oriental inspirado no bairro da Liberdade, em São Paulo.

RESUMO

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A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, busca recursos para implementar um corredor gastronômico e cultural oriental na Rua dos Barbosas. Inspirado no Bairro da Liberdade, em São Paulo, o projeto prevê a revitalização da rua com temática oriental, incluindo um portal japonês já existente, e a instalação de restaurantes asiáticos. Uma lei que autoriza a criação do corredor foi sancionada em 2023, mas o projeto ainda não avançou. Representantes da comunidade japonesa local participaram de reuniões com a prefeitura e consideram o projeto viável. A proposta inclui melhorias na infraestrutura da rua, incentivos para a instalação de food trucks e trailers, além de decoração temática e apresentações culturais. Moradores e comerciantes da região acreditam que o corredor trará maior segurança e movimento, além de benefícios econômicos. Atualmente, o local sofre com furtos, vandalismo e falta de policiamento, principalmente no período noturno.

Segundo a prefeita, o projeto ainda está em busca de recursos, mas já houve uma reunião, em dezembro do ano passado, com descendentes e representantes das duas entidades que representam a colônia japonesa na Capital: a AECNB (Associação Esportiva e Cultural Nipo-Brasileira) e a Associação Okinawa de Campo Grande.

“A gente vem trabalhando e buscando recursos. Tivemos ainda no ano passado conversa com a comunidade japonesa sobre a possibilidade de transformar a Rua dos Barbosas em rua gastronômica no Centro de Campo Grande”, afirmou Adriane durante o lançamento da Base Móvel da Guarda Civil Metropolitana, em frente à Morada dos Baís.

Em setembro de 2024, foi sancionada uma lei que autoriza o município a criar o corredor gastronômico, turístico e cultural na Rua dos Barbosas, no trecho entre a Avenida Dr. João Rosa Pires e a Rua 26 de Agosto. Até agora, porém, o projeto não avançou, e as tratativas com as associações não foram retomadas.

A Rua dos Barbosas abriga atualmente a sede da Associação Okinawa. Na mesma via, há também um portal japonês (torii), que no início deste ano foi encontrado pela reportagem com lixo acumulado em sua base e pichações na estrutura.

Um ano depois, prefeitura tenta tirar do papel corredor gastronômico oriental
Fachada da Associação Okinawa de Campo Grande, localizada na Rua dos Barbosas (Foto: Marcos Maluf).

O presidente da Associação Okinawa, Eduardo Kanashiro, participou da reunião no fim do ano passado e afirmou que, desde então, o projeto não foi levado adiante. Ainda assim, considera que há viabilidade.

“Eles [Prefeitura] tinham adiantado que o projeto era viável ali. Pelo menos na parte das melhorias na rua, o custo não era muito elevado”, disse Eduardo. “Tudo depende das melhorias que a Prefeitura vai fazer", completa.

A proposta envolve a cessão de espaços para a criação de restaurantes asiáticos: japoneses, chineses, coreanos e tailandeses. No momento, não há nenhum restaurante na rua. Segundo Eduardo, a ideia inicial seria incentivar food trucks e trailers a se instalarem aos fins de semana.

“Os proprietários abririam os imóveis voltados à gastronomia, e a Prefeitura iria pintar a rua, melhorar a estrutura. Para começar, a ideia era incentivar trailers aos fins de semana”, explicou Eduardo.

Ele destaca ainda que a ativação do corredor ajudaria a movimentar a região e melhorar a segurança, já que o local está próximo ao Centro, que tem enfrentado uma onda de furtos. “Além de movimentar a região, seria muito bom para a associação estar no centro disso tudo".

O vice-presidente da AECNB, Claudio Sussumo, explicou que a proposta também incluía decoração japonesa, postes de iluminação temática, apresentações culturais em dias de feira e jardinagem no estilo oriental. “Ainda ia ser combinado. A única coisa que eles queriam era uma estrutura que a Prefeitura pudesse entregar para fazer essa força gastronômica acontecer".

Um ano depois, prefeitura tenta tirar do papel corredor gastronômico oriental
Lixo é encontrado na calçada da Rua dos Barbosas, evidência de abandono do local (Foto: Marcos Maluf).

Mais segurança - Caso o corredor saia do papel, a segurança na região também seria um dos principais benefícios, segundo moradores e comerciantes ouvidos pelo Campo Grande News. O local fica a 1 km da antiga rodoviária e a menos de 1 km do Centro, atual campeão de furtos na Capital.

Dono de uma oficina há 25 anos no trecho, Pedro Henrique da Silva Menezes, de 43 anos, disse que a área ainda está abandonada. Ele relatou que, no ano passado, a oficina foi alvo de dois furtos de fiação.

Um ano depois, prefeitura tenta tirar do papel corredor gastronômico oriental
Pedro Henrique comenta que a criação do corredor também traria benefícios para a segurança da região (Foto: Marcos Maluf).

Para ele, a criação do corredor também traria benefícios para a segurança. "À noite isso aqui ficaria uma maravilha. Ainda não é seguro por causa da rodoviária velha, os usuários de drogas ficam por ali e acabam roubando fios na região", diz. "Com certeza haveria uma cobrança maior por policiamento. Quando tem eventos na Okinawa, já dá para perceber a diferença", completa Pedro Henrique.

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Renata aponta que a criação docorredor seria benéfico para a segurança e a praticidade (Foto: Marcos Maluf).

 Já a comerciante Renata Alves, de 44 anos, que também comanda uma oficina no trecho há um ano, reclamou do vandalismo noturno na região. Para ela, o corredor seria benéfico para a segurança e a praticidade. “Além da segurança, seria ótimo ter um lugar para lanchar, seria muito bom para o comércio".

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Nelsonmar comenta que vê a proposta de criação do corredor com bons olhos (Foto: Marcos Maluf).

Outro comerciante, Nelsomar de Oliveira Ribeiro Filho, de 46 anos, também vê a proposta com bons olhos. “Nos fins de semana e à noite é tudo parado. Pode ser que o corredor traga movimento, se for algo bem feito e chamativo. Seria bom pra gente em todos os sentidos: mais trabalho, melhor estética da rua”, finalizou.

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