Valas tomam ruas e são 'armadilhas' por onde o asfalto nunca chega

A grande quantidade de buracos pelas ruas do Jardim Itamaracá, região sul de Campo Grande, é o principal problema de uma região que, segundo os moradores, precisa de muitas melhorias na infraestrutura.
Por vias sem pavimentação e que se tornaram quase intransitáveis, as crateras são verdadeiras “armadilhas” e geram dor de cabeça aos moradores.
Próximo ao cruzamento da Avenida Ana Batista Caminha com a Filomena Segundo Nascimento, por exemplo, a vala causada pela enxurrada da chuva toma conta do trecho por onde o asfalto não chegou.
Situação que é comum em frente a outros endereços como pela Rua Traíra, e onde ficou a cargo do senhor Adalberto de Jesus, 42 anos, tentar minimizar o problema. Contratado pelos próprios moradores, é ele quem se responsabiliza por carregar as sobras do entulho de construções para jogar dentro dos buracos.
“Eles me procuraram muito para fazer esse tipo de serviço, porque quando chove a água empossa na frente da casa das pessoas, sem falar dos buracos que se formam pela força da enxurrada. É uma forma de tentar minimizar o problema e também para que os carros possam transitar normalmente”, comentou.
Os grandes “rasgos” pelo chão chegam a quase 50 centímetros em alguns pontos e obriga os motoristas a seguirem por um único sentido da rua, na tentativa de desviar do buraco.
Além das valas profundas que se formaram o mato alto pelas calçadas e no canteiro central da Ana Batista Caminha, por exemplo, também incomodam os moradores. “Se chove muito a água encobre esses buracos e eles viram verdadeiras armadilhas para quem nunca passou por aqui”, alerta o segurança Carlos Almeida de 61 anos.
Morando há dez no bairro ele se recorda dos transtornos gerados pela falta de pavimentação pela rua. “Já ajudei a tirar o veículo de vários motoristas que por não saberem dos buracos caíram aí dentro. E até motociclistas se acidentaram”, completa.
A situação também indigna a secretária Monique Aquino, de 28 anos, que aponta outros problemas que colocam o bairro em estado de abandono, segundo ela.
“Pago R$ 800,00 de IPTU para moram em uma rua onde não tem asfalto e nem escoamento de água. Quando chove alaga tudo se faz calor, a poeira toma conta. Sem falar da falta de segurança”, comenta.
Segundo ela nos últimos dois meses quatro casas vizinhas a dela também pela rua Traíra, foram invadidas por ladrões. “Além de ser abandonado pelo poder público a segurança também passou longe. Nunca vi nenhum carro de polícia por aqui”, se queixa.
Pela Padre Mussa Tuma o mau cheiro da água de esgoto que corre em frente ao Ceinf Clebe Brazil Ferreira, piora o estado da rua e incomoda os moradores e os pais das crianças.
“Desde o começo do ano letivo essa água se espalha ai em frente e durante todo o dia. Além da movimentação por aqui e que é constante o meu maior medo é o risco de prejudicar a saúde das crianças que vem para o ceinf”, comenta a mãe de um aluno que preferiu não se identificar.
Procurados pela reportagem a prefeitura municipal informou apenas que o serviço de manutenção no Bairro Itamaracá está no planejamento de manutenção das vias não pavimentadas da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos.