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Capital

Vendedores ambulantes vão lutar para continuar dentro de terminais

Mariana Lopes | 07/02/2014 20:01
Ambulantes querem trabalhar nos terminais regularizados (Foto: Cleber Gellio)
Ambulantes querem trabalhar nos terminais regularizados (Foto: Cleber Gellio)

Em busca de direitos para trabalhar regulamentados em uma lei, os ambulantes dos terminais de ônibus de Campo Grande colocam associação para funcionar e lutam para ter mais tranquilidade no dia-a-dia. Embora haja dois grupos divididos, todos caminham rumo ao mesmo objetivo: não ter mais que correr da fiscalização.

De um lado estão os associados da Associação dos Terminais de Transbordo Campo-grandense, que no total são 130 ambulantes. Todos pagam uma mensalidade de R$ 20 para, futuramente, se o trabalho for regularizado pela Prefeitura, ter o direito de permanecer nos terminais vendendo seus respectivos produtos.

“Quem não for associado não poderá mais ficar nos terminais, ou ficará irregular e pode ser retirado pela fiscalização”, pontua a presidente da associação, Custódia Malaquias Gomes, 51 anos.

Hoje, todos os ambulantes trabalham de forma ilegal nos 8 terminais de Campo Grande. Segundo o vice-presidente da associação, José Roberto de Melo, 40 anos, por muito tempo a fiscalização deu trégua aos trabalhadores. “mas agora voltaram a pegar no nosso pé, por isso resolvemos colocar a associação para funcionar”, explica José Roberto.

O principal motivo por os ambulantes atuarem de forma ilegal é porque eles não pagam impostos dos produtos que comercializam. Conforme os líderes da associação, todos os trabalhadores concordam de pagar uma taxa referente a esses impostos. “Desde que esteja dentro do nosso orçamento”, frisa o vice-presidente.

Custódia e José Roberto tomaram a frente da associação e buscam legalidade da categoria (Foto: Cleber Gellio)
Custódia e José Roberto tomaram a frente da associação e buscam legalidade da categoria (Foto: Cleber Gellio)

Por outro lado, há quem não concorde com certos posicionamentos dos representantes da associação, o que já gerou conflito entre os próprios ambulantes. “Queriam tirar do terminal uma mulher que tinha acabado de chegar, mas iam tirar outra que estava aqui há uma semana, não achei justo, se fosse pra tirar uma tinha que tirar as duas, bati de frente e me excluíram da associação”, conta Valdecy Alves da Silva, 49 anos.

Ele está no ponto do terminal Bandeirantes há 9 anos, e afirma que agora os associados o ameaçam de tirá-lo de lá após a profissão deles ser regularizada. “Podem até tentar me tirar daqui, mas vão ter trabalho, eles não sabem se unir, querem formar elite aqui dentro”, aponta. Outros ambulantes compartilham da posição de Valdecy.

Segundo Custódia, no final de janeiro os associados tiveram uma reunião com Alcides Bernal (PP). Ela garante que o prefeito ouviu as reivindicações e se comprometeu em apoiar a classe. Outra reunião está prevista para fevereiro com o chefe do executivo e outra na próxima semana com os vereadores, nas quais os ambulantes esperam ter uma notícia positiva.

Nos terminais - Para quem utiliza o transporte coletivo diariamente, a opinião de que os ambulantes devem ser regularizados é unânime. Mas o ponto de vista independe de existir ou não uma associação, pois o importante é apenas que eles trabalhem tranquilamente e de forma organizada.

“Todos que estão aqui é porque precisam, não atrapalham em nada, por isso acho importante que conquistem o espaço deles e possam trabalhar com dignidade”, considera a serviços gerais Eunice Elisa Nunes, 55 anos.

Opinião que a doméstica Lucila Angelica Mendes, 51 anos, concorda e assina embaixo, mas com uma ressalva, de que fiquem nos terminais de forma mais organizada. “Acho que os ambulantes precisavam ter um espaço determinado dentro do terminal, para não ficarem espalhados pelos corredores”, ressalta ela.

A reportagem tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura, mas a ligação não foi atendida.

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