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Capital

Vizinho terá de pagar R$ 15 mil por infiltração em imóvel na Capital

Escoamento de água teria provocado danos materiais em paredes, pisos, além de comprometimento da estrutura do imóvel

Silvia Frias | 07/06/2019 13:06
A sentença foi dada pela 1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos (Foto/Divulgação)
A sentença foi dada pela 1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos (Foto/Divulgação)

Donos de imóvel em Campo Grande serão ressarcidos em R$ 15 mil após a Justiça atender ação por danos morais, decorrente de infiltração provocado pelo imóvel vizinho. A sentença determina, ainda, que os reparos sejam feitos em 30 dias.

A sentença foi dada pela 1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos. Os autores da ação alegam seu imóvel é vizinho a propriedade dos réus e, em virtude do escoamento de águas das chuvas, tem surgido infiltrações de água em grande quantidade, provocando danos materiais em paredes, pisos, caixas de passagem de esgoto e de águas pluviais, com o comprometimento da estrutura do seu imóvel.

Sustentam que os danos tendem a se agravar se não forem adotadas as medidas necessárias à regularização do escoamento irregular de águas. Pedem assim a condenação por danos materiais e morais.

Em contestação, os réus argumentam que o imóvel está locado para a Prefeitura de Campo Grande, de modo que estão impossibilitados de realizar qualquer obra, pois não estão na posse do bem. Pediram assim pelo ingresso da Prefeitura na ação.

O Município alegou que não há nenhuma irregularidade praticada como locatário do imóvel, cabendo os reparos e benfeitorias ao proprietário. No mérito, sustentou a ausência de responsabilidade, uma vez que inexiste prova de que o Município tenha contribuído para a ocorrência dos danos existentes no imóvel dos autores. Além disso, alegou que os mesmos danos acometem o imóvel locado, sendo que a responsabilidade sobre cada um dos imóveis cabe aos seus respectivos proprietários.

Conforme analisou o juiz Marcelo Andrade Campos Silva, o laudo pericial aponta que o escoamento das águas do imóvel do réu atinge de forma danosa o imóvel pertencente aos autores. “Uma vez demonstrada a existência do dano material no imóvel dos autores, e o nexo de causalidade entre ele e o imóvel vizinho, surge a responsabilidade dos réus de repará-lo”.

Com relação à responsabilização, explicou o magistrado que ela recai ao proprietário, mas também ao locatário, o qual “responde pelos danos causados ao imóvel vizinho decorrentes do mau uso do imóvel, cuja posse exerce”.

Acrescentou o juiz que “os fatos foram agravados tanto pelo uso (compactação, falta de limpeza, acúmulo de materiais), quanto pelas características construtivas do imóvel”, de modo que, em tal situação há responsabilidade solidária do proprietário e do locatário.

Quanto ao pedido de danos morais, entendeu o magistrado que os eventos descritos nos autos não estão restritos a mero aborrecimento, “vez que a deterioração da moradia acarreta abalo à normalidade psíquica do morador”.

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