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Capital

Voluntariamente, bombeiros fazem buscas por corpo de Kauan em rio

Retomada do trabalho estava marcada para amanhã depois de reunião entre Polícia Civil e Corpo de Bombeiros

Anahi Zurutuza e Guilherme Henri | 23/07/2017 11:45
Bombeiros durante buscas neste sábado (22) (Foto: Marcos Ermínio)
Bombeiros durante buscas neste sábado (22) (Foto: Marcos Ermínio)

Duas equipes do Corpo de Bombeiros retomaram no fim da manhã deste domingo (23) as buscas pelo corpo do menino Kauan Andrade Soares dos Santos, de 9 anos. O caso gerou comoção e os cinco militares de plantão decidiram voluntariamente voltar ao rio Anhanduí.

Os bombeiros estão no trecho do rio Anhanduí próximo à ponta localizada no cruzamento da avenida Thirson e Almeida com a rua Campestres, no bairro Aero Rancho – sul de Campo Grande.

O tenente Diego Baumgardt explicou que os militares farão uma pausa para o almoço e podem voltar ao local à tarde, caso não haja grande demanda de ocorrências. Por enquanto, nada foi encontrado.

Estratégia – No início da manhã de hoje, o delegado Paulo Sérgio Lauretto, que comanda a investigação sobre o desaparecimento, estupro e morte de Kauan, havia dito que só nesta segunda-feira (24) o trabalho seria retomado. Ele explicou que teria uma reunião com os bombeiros para traçar novas estratégias para localizar os restos mortais da criança.

O delegado titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente pediu que as equipes encerrassem as buscas por volta das 9h30 deste sábado (22). O trabalho havia começado no fim da tarde de sexta-feira (21), logo depois que a equipe da DEPCA conseguiu a confissão do adolescente, de 14 anos, que disse ter levado Kauan até a casa do estuprador.

No sábado, militares encontraram no rio um saco preto com restos mortais de um cachorro e também um pedaço de plástico com fios de cabelo. Este último foi encaminhado para a perícia.

O tenente Baumgardt explicou que amanhã as equipes podem mudar o local das buscas, mas afirma que “se o corpo foi de fato desovado aqui, há grande possibilidade de estar neste trecho”.

Especialista em salvamento aquático, ele esclareceu que apenas de neste último mês tivesse sido um período de muita chuva, o cadáver poderia ter sido carregado pela correnteza para longe, por se tratar de um trecho raso do rio, com muitas pedras e galhadas.

Moradores da região foram ouvidos e disseram não ter sentido fortes odores nos últimos dias.

Tenente  Diego Baumgardt em entrevista ao Campo Grande News (Foto: Guilherme Henri)
Tenente Diego Baumgardt em entrevista ao Campo Grande News (Foto: Guilherme Henri)

Crime – Segundo a investigação, Kauan foi estuprado até a morte por um homem de 38 anos, que não teve o nome divulgado pela polícia. Depois de morto, o suspeito e o adolescente de 14 anos jogaram o corpo no rio.

O menino morava no bairro Aero Rancho e passava boa parte do dia na rua, segundo Lauretto.

Na noite do dia 25 de junho, Kauan estava a cerca de 3 km de casa, no bairro Coophavilla 2 – sudoeste da cidade –, cuidando de carros. O adolescente, que era conhecido do garoto, o encontrou e o levou até a casa do homem.

Lá, o suspeito começou a estuprar a criança, mas como Kauan se debatia, chorava bastante e gritava muito, o homem pediu para o adolescente segurar as mãos do menino enquanto ele tapava a boca do menino com a mão.

Minutos depois, Kauan parou de se debater e começou a sangrar pela boca. Foi quando o pedófilo e o adolescente constataram a morte e resolver se livrar do corpo.

A cronologia do crime foi determinada com base na confissão do adolescente, uma vez que o homem nega ter cometido a violência sexual e o homicídio.

Pedofilia – Ainda conforme a investigação, o pedófilo, que se identificada como professor, mas trabalharia com a revenda de celular, dava dinheiro para o adolescente levar crianças para a casa dele, onde ele as estuprava. 

Na residência do suspeito, foram encontrados vários filmes pornográficos e dois filmes do próprio homem tendo relações sexuais.

As investigações tentam apurar se ele também não teria estuprado mais dois pré-adolescentes de 10 e 11 anos e há indícios de que até o próprio adolescente que participou do assassinato de Kauan já era vítima dos abusos.

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