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Capital

Voluntários pedem ajuda para evitar a morte de 30 animais na Capital

Wendell Reis | 19/01/2012 14:12

Animais correm o risco de serem despejados de clínicas por falta de pagamento

Abrigo dos Bichos precisa de R$ 5 mil para quitar dívidas e solicita R$ 1 real por pessoa(Foto: Simão Nogueira)
Abrigo dos Bichos precisa de R$ 5 mil para quitar dívidas e solicita R$ 1 real por pessoa(Foto: Simão Nogueira)

Voluntários da Associação Abrigo dos Bichos iniciaram uma campanha pelo Faceboock para tentar arrecadar R$ 1 de cada pessoa e quitar uma dívida de R$ 5 mil. O dinheiro será utilizado para quitar dívidas da associação, mas também para evitar que 30 animais sejam despejados de clínicas e morram por falta de tratamento.

A voluntária Patrícia Marques conta que no ano passado os voluntários realizaram uma campanha e vacinaram 320 cães em três bairros da periferia de Campo Grande. A previsão inicial era de vacinar 200 animais contra parvovirose, cinomose , hepatite e outras doenças. Mas, este número foi ultrapassado, fazendo com que a associação acumulasse mais dívidas.

Além das despesas com as vacinas, a associação também acumula débitos com cinco clínicas de Campo Grande. Os proprietários, que são parceiros da associação, cobram o pagamento da dívida, com ameaças de interromper o tratamento de 30 animais que se encontram internados.

A ideia de fazer uma campanha para arrecadar R$ 1 por pessoa saiu de conversas pelo Faceboock, por onde é realizado grande parte do trabalho do grupo. Os voluntários também pretendem organizar brechós e solicitar doações de caminhões da Receita Federal para fazer a arrecadação. Todavia, as dívidas adquiridas devem ser pagas rapidamente. Desde que a campanha foi lançada, 7 mil pessoas curtiram a página no Faceboock. Se todos se interessassem em doar, a associação conseguiria pagar as contas e ainda sobraria dinheiro para investimentos.

O trabalho do Abrigo dos Bichos consiste em receber as denúncias de abandono de animais, por meio do telefone 9955-4949, realizar o resgate dos bichos, encaminhar para tratamento, quando necessário, e postar a foto dos animais no Faceboock, para que os interessados possam adotá-los. Até encontrar um interessado na adoção, os animais ficam hospedados na casa de voluntários.

Após a denúncia, os voluntários procuram pelos donos nos bairros. Os animais só são resgatados e tratados quando os donos não são encontrados. Os animais de rua possuem características diferentes do demais: um animal de rua corre quando é tocado por alguém. Já o animal que possui uma residência costuma latir e desobedecer.

Patrícia revela que as denúncias são feitas com bastante frequência. Ela relata que ontem (18) recebeu uma ligação de alguém denunciando que uma pessoa que criava quatro cachorros morreu. Após isso, a família foi até a casa, trancou tudo, e colocou os quatro animais para fora da residência.

A despesa mensal da associação é pequena, em torno de R$ 1 mil, incluindo gastos com aluguel e contratação de um funcionário. As despesas maiores são com o tratamento dos animais e campanhas realizadas frequentemente. A instituição já teve um canil em uma chácara, mas teve que encerrar as atividades por conta das doenças. Algumas delas deixam os locais impróprios para abrigar os animais por até dois anos, o que impossibilita a permanência do canil.

A jornalista Caroline Maldonado, 22 anos, começou a ser voluntária recentemente, depois que encontrou um animal abandonado e machucado próximo a sua residência. Uma das voluntárias buscou o animal e outra o hospedou após o tratamento. A jovem relatou que o cão estava com os testículos cortado. A princípio ela pensou que se tratava de uma castração mal sucedida, mas a veterinária disse que se tratava de tortura mesmo.

Maria Eugênia Budib, 17 anos, Maria Eulália Budib, 11 anos e Raissa Proença, 17 anos, ficaram sabendo da campanha pelo faceboock. Rapidamente o trio customizou camisetas e foi para a avenida ajudar. “Nós temos dó. Tenho três cachorros e esses dias adotei um gato que estava abandonado. Vim hoje para ajudar”.

Os voluntários estarão na avenida Afonso Pena, esquina com a 14 de Julho, amanhã (20) e sábado (21), entre 11h30 e 13 horas para arrecadar o dinheiro. Porém, os interessados em fazer doações também podem entrar em contato por meio do telefone 3326-1406, entre 13h30 e 18 horas. A associação está instalada na rua Padre João Crippa, 1065, sala 103.

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