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Cidades

Combate a carvão ilegal reverte desmatamento no Pantanal

Redação | 09/06/2010 16:19

Ações de fiscalização para combater o uso de madeira do Pantanal por carvoarias conseguiram reverter a escalada do desmatamento na região. A informação é do Ibama (Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) e foi divulgada hoje, em contraponto ao resultado de pesquisa divulgada na semana passada, apontando que entre 2002 e 2008, o desmatamento no Pantanal foi maior do que na Amazônia e fez desaparecer 2,82% da vegetação pantaneira.

Além de destacar que o bioma Pantanal é o mais preservado no Brasil, com 83% da cobertura vegetal mantida, a superintendência do Ibama em Mato Grosso do Sul informou hoje, que desde 2007, quando os técnicos constataram uma produção muita alta de carvão - que chegou a 4,5 milhões de metros cúbicos naquele ano- o setor de fiscalização do órgão traçou uma estratégia intensiva de combate ao desmatamento ilegal que tem obtido sucesso.

Desde então, conforme o órgão, a atuação intensiva fez com que, nos últimos quatro anos, a produção de carvão caísse, passando para 1,1 milhão de metros cúbicos no ano passado. Em relação a 2007, é uma queda de 72% na produção.

Os resultados dessa linha de atuação em termos de preservação da cobertura vegetal ainda são desconhecidos, mas, segundo o Ibama, assim como foi feito até 2008, com o estudo divulgado na semana passada, deve haver novo monitoramento, com o uso de imagens por satélite, para identificar como está a situação.

O superintendente do órgão no Estado, David Lourenço, acredita que em 2010, os números da produção de carvão vão fechar ainda menores, também em razão da crise econômica que impôs redução nas atividades dos principais consumidores de carvão produzido na região, as siderúrgicas de Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais.

Os resultados dessa linha de atuação em termos de preservação da cobertura vegetal ainda são desconhecidos, mas, segundo o Ibama, assim como foi feito até 2008, com o estudo divulgado na semana passada, deve haver novo monitoramento, com o uso de imagens por satélite, para identificar como está a situação.

Além disso, os dados divulgados serão usados para embasar o planejamento de ações, diz a superintendência.

Cerco fechado O chefe da divisão de Proteção Ambiental do IBama/MS, Luiz Benatti, explica que o combate aos desmatamentos ocorridos no Estado deslanchou no final de 2007, com a Operação Rastro Negro, feita em conjunto com a Polícia Federal, a partir de um estudo dos técnicos do Ibama.

Eles descobriram, ao rastrear a cadeia produtiva do carvão e das siderúrgicas instaladas no Estado, que a maior parte do que era produzido no Estado estava abastecendo não só as siderúrgicas locais como também sendo exportado para abastecer o pólo siderúrgico de Minas Gerais.

A operação resultou em multas milionárias para os dois setores. Foram R$ 133 milhões em multas só ao setor siderúrgico de Mato Grosso do Sul, além do fechamento de inúmeras carvoarias clandestinas em todo o Estado e especialmente no Pantanal.

A partir dessa operação, o Ibama de Minas Gerais também passou a atuar no mesmo sentido e multou as indústrias instaladas naquele Estado em outros R$ 450 milhões, pela compra ilegal de carvão de Mato Grosso do Sul.

Outras ações realizadas também ajudaram, segundo o Ibama, a reduzir os desmatamentos tanto no bioma Pantanal como no Cerrado. O órgão cita entre elas, a Madeira Legal I e II, a Corcel Negro feita em março deste ano, que resultou em mais R$1,8 milhão em multas para carvoarias e transporte ilegal de carvão.

Novas ações - Em relação ao estudo divulgado na semana passada, pelo Ministério do Meio Ambiente, o superintendente do Ibama alega que eles indicam sim uma preocupação, mesmo que sejam de período que não chega a contemplar os anos em que as ações de fiscalização foram acentuadas. De acordo com ele, a direção do Ibama em Brasília já sinalizou que as operações de combate ao desmatamento dessa região vão ser ainda mais intensificadas ainda. A previsão é de 10 operações de fiscalização até o final do ano.

Lourenço aponta como outra ação fundamental a atuação do programa Prevfogo, de combate às queimadas, por meio de brigadas treinadas e para atuar em todo o Pantanal combatendo incêndios florestais. Elas estão sendo instaladas em Corumbá, Miranda, Aquidauana, Porto Murtinho e Jateí, cobrindo não só a região pantaneira, mas áreas próximas a unidades de Conservação como o Parque Estadual das Várzeas de Ivinhema.

Para o Ibama o monitoramento do bioma Pantanal apenas começou com a divulgação desses dados até 2008. Os trabalhos vão se concentrar agora nos dados após 2008, com o uso de imagens de satélite. E todos esses dados vão servir de base para o Ibama MS planejar as ações de fiscalização e combate ao desmatamento do bioma Pantanal e do cerrado do Estado.

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