ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 27º

Cidades

Como nem salários altos atraem, 45 cidades aderem a programa federal

Viviane Oliveira | 26/07/2013 17:55
Posto de Saúde do bairro Coronel Antonino, em Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)
Posto de Saúde do bairro Coronel Antonino, em Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)

O programa Mais Médicos para o Brasil encerrou à meia noite desta quinta-feira (25) com a adesão de 45 municípios de Mato Grosso do Sul, incluindo Campo Grande, que equivalem a 57% do total de prefeituras do Estado. O segundo mês de adesão terá início no dia 15 de agosto.

Dourados, por exemplo, hoje com um quadro de 160 médicos que atuam na área de atenção básica solicitou 80 profissionais do programa. De acordo com o secretário de Saúde, Sebastião Nogueira, no município não falta médicos, mas sim profissionais que queiram trabalhar pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Ainda conforme o secretário, o salário oferecido é de R$ 1.920 por 20h semanais, acrescido de 100% de produtividade. “Se nós formos atendidos a demanda será suprida e o problema resolvido”, afirma.

Outro município que aderiu ao programa federal foi Chapadão do Sul, que solicitou 4 profissionais de saúde na área de ginecologia, clinica médica e pediatria. Mesmo com salários que variam de R$ 25 mil a R$ 30 mil, a cidade tem dificuldade em contratar profissionais na área de saúde.

A secretária de Saúde, Rosemary Barros, conta que hoje o município tem 11 médicos que atuam pelo SUS e há cinco meses procura pelo menos três profissionais para completar o quatro de funcionários.

“O salário é bom, mas o lugar distante dos grandes centros não favorece. A maioria dos médicos já está no mercado de trabalho e eles preferem morar nas cidades maiores, onde tem escola para os filhos e oportunidade de crescimento profissional”, diz.

O mesmo acontece em Paranhos, a 469 quilômetros de Campo Grande. Conforme o secretário de Saúde, Aldinar Ramos Dias, o município solicitou um médico ao programa para cobrir a vaga que está em aberto há pelo menos um ano.

Atualmente 4 médicos clínicos gerais atendem na atenção básica e os salários oferecidos são em torno de R$ 25 mil para quem trabalha em escala de plantão, 40h semanais e sábado e domingo faz plantão no único hospital do município.

“Especialista aqui é um sonho distante”, diz Aldinar, acrescentando que pelo menos 12 pessoas são encaminhadas diariamente a Dourados para tratamento com especialista.

Os municípios que aderiram ao Programa foram: Amambai, Bandeirantes, Bodoquena, Bonito, Brasilândia, Campo Grande, Caracol, Chapadão do Sul, Corguinho, Coronel Sapucaia, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Dois Irmãos do Buriti, Dourados, Figueirão, Glória de Dourados, Guia Lopes da Laguna, Iguatemi.

Também aderiram as cidades de Itaquiraí, Ivinhema, Japorã, Jaraguari, Jardim, Jateí, Ladário, Miranda, Mundo Novo, Nioaque, Paranaíba, Paranhos, Pedro Gomes, Ponta Porã, Porto Murtinho, Rio Brilhante, Rio Negro, Rio Verde de Mato Grosso, Rochedo, Santa Rita do Pardo, São Gabriel do Oeste, Selvíria, Sete Quedas, Sonora, Tacuru e Taquarussu.

No Brasil 3.511 municípios se inscreveram no Programa, o correspondente a 63% do total de prefeituras no país e a 92% das consideradas prioritárias. Ao todo, as cidades cadastradas solicitaram 15.460 médicos para atuar na atenção básica.

Polêmica – Logo depois de ser lançado, no dia 08 de julho, o programa recebeu inúmeras críticas por parte de médicos de todo o País. A maior reclamação está relacionada a vinda de médicos cubanos que, conforme o primeiro anúncio, não passariam pela prova de revalidação do diploma em terras tupiniquins. Depois de tamanha repercussão, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, garantiu que avaliação será aplicada.

Outro ponto questionado foi a exigência de que todos os estudantes de medicina, independente de a faculdade ser pública ou privada, terão que trabalhar de forma remunerada na rede pública de saúde por dois anos, antes de se formarem. Alguns profissionais também criticaram a bolsa ofertada pelo programa que prevê ajuda de custo de R$ 10 mil por mês, considerado um valor baixo para a profissão.

Nos siga no Google Notícias