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Cidades

Dono de bar onde morreram 2 alega que PM atirou primeiro

Redação | 29/03/2010 17:04

O dono do bar em Sidrolândia onde ocorreu o tiroteio que deixou dois mortos e um policial militar ferido, no sábado à noite, Valdeçon Carilho de Oliveira, de 52 anos, apresentou-se nesta tarde à Delegacia de Policia Civil de Sidrolândia.

Ele alegou legítima defesa para ter atirado no cabo da Polícia Militar Genuwilson Teles Gomes, de 35 anos, lotado na Cigcoe (Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais), e que está internado no hospital El Kadri.

O delegado que cuida do caso, Edson Hernandes Pigosso, disse que em seu depoimento, o comerciante afirmou que o policial já chegou ao local atirando. A versão contradiz com a de Rodrigo Silva, que estava com o policial e que também já foi ouvido. Segundo Rodrigo, foi Valdeçon e o filho dele, Cristiano Pereira de Oliveira, de 23 anos, que morreu no tiroteio, que atiraram primeiro.

O delegado só vai poder confrontar as versões quando houver condições de tomar o depoimento do cabo da PM, o que ele pretende fazer até a próxima semana.

Segundo Pigosso, os exames de balística também vão ajudar a elucidar o que de fato aconteceu no "Bar do Gordo", de propriedade de Valdeçon, Cinco testemunhas já foram ouvidas, conforme o delegado. Foram apreendidos um revólver e duas espingardas e foi entregue horas depois do crime uma pistola por integrantes da Cigcoe. Não há confirmação se essa pistola era que Genuwilson usava quando ocorreu o crime.

R$ 3,00 - Diferente da informação do boletim de ocorrências feito no sábado, a confusão envolveria um troco de R$ 3,00 e não R$ 4,00, relativo à compra de uma garrafa de pinga.

Rodrigo Silva, que estaria em um lago do assentamento Eldorado junto com o policial e amigos, foi ao local comprar a pinga e, segundo a versão de Valdeçon e de uma testemunha, se recusou a receber o troco.

Há dois relatos distintos quanto a isso. Enquanto o comerciante afirma que Rodrigo não quis o troco, uma outra pessoa que estava no bar diz que ele chegou a pegar o dinheiro e jogar de volta sobre o balcão. Rodrigo nega ter pego o dinheiro e diz que apenas afirmou que voltaria depois para resolver a situação.

Foi depois dessa confusão que Rodrigo disse, segundo o comerciante, que o dinheiro pertencia a um policial e que este voltaria para buscá-lo. Quando o PM, acompanhado dos amigos, voltaram ao lugar, houve o tiroteio em que morreram o filho do dono do bar e um amigo de Genuwilson, Jorge Luiz Cardoso Junior, de 30 anos.

O que aconteceu de fato e quem atirou primeiro, o delegado diz que só poderá saber quando houver todos os depoimentos e os exames de balística.

Nenhum dos envolvidos está com prisão decretada. Valdeçon e o policial estão indiciados por homicídio. Um dos amigos que estava no grupo do policial ainda não foi encontrado.

A Polícia Militar informou que vai instaurar sindicância para apurar as circunstâncias em que ocorreu tiroteio.

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