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Cidades

Emha põe invasores e proprietários frente a frente

Redação | 09/04/2010 17:25

Em mais uma tentativa de conseguir restabelecer a posse das cerca de 30 casas invadidas no Residencial Gabura, no bairro Otávio Pécora, a Emha (Empresa Municipal de Habitação) levou nesta tarde alguns proprietários das casas para forçar os invasores a deixarem o local.

Participaram da ação funcionários da Empresa de Habitação, que não quiseram dar entrevista. A medida foi tomada porque ainda não há decisão judicial para a reintegração de posse.

Enquanto a Justiça não determinar, a Polícia Militar não pode remover as famílias, segundo informado por policiais que faziam a segurança na área hoje.

Contemplado por uma das casas, o caminhoneiro Cléverson Baggio, de 33 anos, foi chamado para pegar as chaves no local hoje.

Ele conta que recebeu uma ligação da assistente social da Emha para ir até o residencial, mas sua casa estava ocupada por outra família. Incomodado com a situação, sequer entrou no imóvel.

Com três filhas, o jardineiro José Aparecido Rodrigues, de 44 anos, é quem ocupa a casa de Baggio. Ele alega que ontem quando chegou o local estava aberto, pois havia sido desocupado recentemente.

A alegação é a mesma dos demais moradores que invadiram o residencial, que tem cadastro na Emha há anos, mas ainda não foi contemplado.

Desapropriação - Baggio explica que recebeu a casa porque a residência onde morava há oito anos, na rua Restinga, bairro Coophavilla, está no roteiro por onde vão passar as obras do PAC Lagoa.

Além de ter perdido seu imóvel de 80 m², diz que não sabe de quem é a responsabilidade sobre o assunto, mas que é um transtorno encontrar sua nova casa ocupada.

O caminhoneiro argumenta que não se mudou para o local antes porque não havia recebido as chaves. Além dele, sua mãe, Maria Inácio Baggio, de 62 anos, ganhou uma casa no residencial, pela desapropriação.

Nervosa e sem querer retirar a outra família, que tem cinco crianças, ela diz que irá esperar pela decisão judicial, prevista para a próxima segunda-feira. "Entrar em dureza e não sair é pior", alertou à mulher que ocupa sua casa, antes de ir embora.

Drama - Com cinco filhos menores de dez anos, a "invasora", Maria Valquíria da Silva Jara, de 31 anos, está desempregada e sem ter onde morar com as crianças, o menor de apenas três meses.

Ela conta que a atitude desesperada de invadir a casa foi tomada porque na semana passada o marido, que havia acabado de iniciar o trabalho como operador de máquinas, teve o dedo amputado em acidente. "Quero ficar aqui porque não tenho para onde ir", diz.

Jara morava de aluguel, mas o pagamento que já estava atrasado venceu no último mês e ela resolveu entregar o imóvel para tentar uma casa. Se deixar o local não terá para onde ir, reclama.

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