Idosa enganada por pastora recebe casa destruída e sem móveis
Apenas com a estrutura “em pé”, a casa de Orlanda de Oliveira Rosa, 83 anos, enganada pela pastora Julieta de Souza por oito anos, foi vistoriada na manhã desta quarta-feira (14). Desde o momento em que abriu o portão, ela encontrou muita sujeita, paredes e fiação danificadas, pias da cozinha e motor do portão arrancados, guarda-roupas embutidos retirados, além de buracos por todos os ambientes.
“Estou decepcionada de ver a calamidade em que está a minha casa. No dia do meu aniversário, 18 de abril, o desembargador fez um pedido de urgência por conta da minha idade avançada e a pastora ainda demorou mais 40 dias para sair daqui. E neste período, parece que só por maldade, destruiu tudo, deixando apenas as paredes”, comenta dona da residência.
Assim que abriu as portas, Orlanda se assustou e comentou que a golpista e os seus familiares “só não arrancaram o teto porque não foi possível”. Ela estava acompanhada da irmã, Idalina de Oliveira Rosa, 80 anos e do advogado Afrânio Alves Correa. Unânimes, eles disseram que o local está acabado e que ela não têm condições financeiras de fazer uma reforma na casa, na qual Orlanda investiu R$ 545 mil.
“Vamos chamar um corretor de imóveis para verificar o atual valor do imóvel, se alguém poderia alugar e fazer uma reforma, abatendo o valor”, avalia o advogado. Já a irmã diz apenas que ela deve vender tudo e aproveitar mais a vida. “Toda a família ficou abalada com essa história. Mas acho mesmo que ela deveria vender essa casa, pagar as dívidas e esquecer o passado, principalmente, porque não terá boas lembranças vivendo aqui”, comenta a irmã.
Mesmo debilitada, D. Orlanda fala que só terá sossego quando a pastora Julieta estiver na cadeia. “Minha família confirmou que ela enganou outro idoso em Cuiabá (MT), antes da minha irmã. Todos falavam e mesmo assim ela não acreditou e ainda passou uma procuração para essa pastora administrar os seus bens. Infelizmente, agora não adianta querer vingança”, fala a irmã.
Imediata devolução: Além da casa, o Tribunal de Justiça de Campo Grande determinou a entrega de jóias, veículos e outros pertences da idosa. Em janeiro já havia a determinação, porém um recurso por parte da acusada atrasou e desta vez, por unanimidade, foi votada e o juiz entrou com um mandado de imissão de posse, ordenando a restituição dos bens.
Golpe - A pastora residia com o marido e filhas em uma edícula alugada no Jardim Imperial. Anos após administrar o dinheiro da idosa, o caso veio à tona no dia 20 de janeiro de 2012, quando a pastora se mudou para uma residência no valor de R$ 545 mil, na Vila Célia, bairro nobre de Campo Grande.
Na época, a casa possuía câmeras de monitoramento, piscina, churrasqueira, sacada e cerca elétrica. Para adquirir o imóvel, a pastora disse que o local "era doação para abrigar idosos".
