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Interior

"Eles arrombaram a sala para me matar. Foi Deus", diz delegado de Eldorado

Evelyn Souza | 06/08/2013 08:44
Delegado Claudineis Galinari. (Foto: A Gazeta News)
Delegado Claudineis Galinari. (Foto: A Gazeta News)
Preso que está sem camisa, já foi recapturado. Outros continuam foragidos. (Foto: Polícia Civil)
Preso que está sem camisa, já foi recapturado. Outros continuam foragidos. (Foto: Polícia Civil)

Após fingir que precisava fazer uma ligação, render os policiais e soltar outros quatro presos, Wesley Magno de Oliveira, 34 anos, invadiu uma das salas e tentou matar o delegado titular da delegacia de Eldorado. O plano foi descoberto no início da noite dessa segunda-feira (5), depois que um dos foragidos, identificado como Roberto dos Santos da Silva, 29 anos, se entregou a Polícia.

“Ele ligou para a família do celular do investigador, que eles roubaram do carro. A família entrou em contato comigo, disse que ele queria se entregar e vieram todos pra delegacia”, explicou o delegado, Claudineis Galinari.

Na delegacia, o preso contou que Wesley Magno, que tem envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e Wesley ferreira dos Santos, arrombaram a porta achando que o delegado estaria na sala e o objetivo era matá-lo.

“Todos sabem que chego à delegacia todos os dias às 6h45, de domingo a domingo. Nesse dia, assisti a missa pela televisão e resolvi ir à igreja de manhã, não à noite, como costumo fazer todos os domingos. Foi sorte, foi Deus, viu”, disse o delegado.

Caso - Os cinco presos fugiram da delegacia de Eldorado na manhã do último domingo (4), depois que um investigador abriu a cela especial da delegacia para que um dos presos fizesse uma ligação para a família, do telefone fixo.

Em seguida, o preso rendeu dois policiais, soltou os outros quatro presos, arrombou a sala do delegado, roubou armas e todos fugiram com um Corolla, que pertencia ao investigador. Os policiais ficaram presos na cela.

Durante a fuga, os autores se envolveram em um acidente e abandonaram o Corolla próximo a linha de fronteira. O preso que se entregou a Polícia, afastou-se dos outros integrantes e entrou em contato com a família.

Os quatro foragidos continuaram a fuga, roubaram uma caminhonete Mitsubishi de uma família paraguaia, trocaram tiros com a Policia da Japorã e novamente abandonaram o veículo.

A suspeita é de que eles estejam escondidos no Paraguai. A Polícia montou uma mega operação em busca dos foragidos. A ação conta com a Polícia Civil, Policia Militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal. Além da Receita Federal que está sobrevoando a área de fronteira e a Polícia Nacional do Paraguai.

Outros quatro ainda estão foragidosJosé Vieira dos Santos, 33 anos, Wesley Ferreira dos Santos, 26 anos, vulgo "Negão", Cairo Roberto Torquato Bento, 21 anos, mais conhecido como Jaú e Wesley Magno de Oliveira, 34 anos.

Versão falsa - Depois de ter aberto a cela para o bandido considerado o mais perigoso da delegacia, o investigador de Polícia disse ao delegado que membros do PCC teriam entrado no local, rendido os policiais e soltado todos os presos.

A versão falsa foi descoberta depois que o delegado ClaudineisGalinari, analisou as imagens do circuito interno de segurança.

“Temos nove câmeras aqui. Analisei todas e descobri que foi ele quem abriu a cela sem autorização e sem algemar o preso. Foi totalmente contra as regras”, explicou o delegado que não acredita que o funcionário tenha recebido nenhum tipo de propina, nem facilitado a fuga com intenção.

O funcionário está de folga e vai ser investigado através de uma sindicância. Dependendo do resultado das investigações, ele poderá ser repreendido ou expulso da Polícia Civil.

 

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