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Interior

Acusado de contrabando ficou 76 dias preso por presentear assessora de juiz

Edmarcio foi acusado de tentar corromper servidora do Fórum quando era processado por violência doméstica

Helio de Freitas, de Dourados | 22/02/2022 16:01
Fórum de Nova Alvorada do Sul, onde assessora presenteada por investigado trabalhava. (Foto: Arquivo)
Fórum de Nova Alvorada do Sul, onde assessora presenteada por investigado trabalhava. (Foto: Arquivo)

Edmarcio Lima Bento e Sousa, 44, o “Tangido”, preso hoje (22) na Operação “Corte na Tangente”, deflagrada pela Polícia Federal contra esquema de contrabando e descaminho, passou 76 dias na cadeia em 2021, acusado de corrupção ativa por tentar presentar uma servidora da Justiça com chocolate, xampu, condicionador e perfume.

No dia 30 de novembro do ano passado, após o período na cadeia e de 130 dias usando tornozeleira eletrônica, Edmarcio foi absolvido da acusação de tentar comprar a simpatia da servidora, na época assessora do juiz de Nova Alvorada do Sul, cidade a 116 km de Campo Grande.

Réu por ameaça, porte ilegal de arma e violação de medida protetiva, Edmarcio foi preso no início do ano passado acusado de se aproximar da ex-mulher, mas logo foi colocado em liberdade.

Tempo depois, ele foi até a casa da assessora Jurídica do Fórum da cidade levando os presentes avaliados em R$ 1.060. A servidora recusou receber a sacola, mas Edmarcio teria insistido e colocado os produtos dentro do imóvel.

A servidora do Judiciário denunciou o caso à polícia e Edmarcio foi preso. O Ministério Público o acusou de corrupção ativa por oferecer presente à assessora do juiz na expectativa de ser beneficiado nas ações penais que respondia na comarca.

Edimarcio Sousa teve a prisão preventiva decretada e passou dois meses e meio na cadeia. A defesa conseguiu liberdade provisória, mas ele teve de usar tornozeleira eletrônica como medida cautelar.

O crime consta no artigo 333 do Código Penal (oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício) e prevê pena de dois a 12 anos de reclusão, além de multa.

Edmarcio negou o crime e disse que entregou os presentes por interesse pessoal, pois estava tentando conquistar a servidora. Ouvida em juízo, a própria vítima afirmou que Edmarcio não pediu nenhuma vantagem ou favor, mas passou a impressão de estar apenas tentando aproximação.

“A conduta do acusado pode ter sido motivada por seu interesse pessoal pela vítima”, afirmou a juíza Mariana Rezende Ferreira Yoshida, ao absolver Edmarcio Sousa.

Nesta terça-feira, ele foi preso pela PF por determinação do juiz Rubens Petrucci Junior, da 2ª Vara Federal em Dourados. A polícia o aponta como líder de esquema de contrabando e descaminho, baseado em Nova Alvorada do Sul. Dinheiro em contas bancárias e bens somando R$ 3,1 milhões, foram confiscados pela Justiça.

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